Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

EUA: Mississipi se torna sétimo Estado a proibir o aborto

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Sexta, 08 de Julho de 2022 às 07:56, por: CdB

Última clínica que ainda realizava abortos no Estado do sul dos EUA fechou as portas na quinta-feira. Mais Estados dominados por ultraconservadores travam batalhas nos tribunais para banir o procedimento.

Por Redação, com DW - de Washington

O Mississippi se tornou na quinta-feira o sétimo Estado dos Estados Unidos a proibir o aborto após a Suprema Corte do país anular, em 24 de junho, a decisão de 1973 que garantia a proteção constitucional do procedimento de interrupção da gravidez.
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Mississipi se torna sétimo Estado a proibir o aborto nos EUA
Nos últimos dias, defensores e opositores do direito ao aborto entraram em confronto em frente à clínica Jackson Women's Health Organization, que ainda realizava abortos no Estado conservador do sul dos EUA. Apelidado de casa rosa pela cor de sua fachada, a clínica realizou seus últimos procedimentos de aborto na quarta-feira e recebeu suas últimas pacientes na quinta para consultas de acompanhamento. – Na quarta-feira foi o último dia em que a Jackson Women's Health pode fornecer procedimentos de aborto – disse a advogada Hillary Schneller, do Center for Reproductive Rights, em declarações ao jornal The Washington Post.  "Isso significa que o último provedor de serviços de aborto no Mississippi não poderá mais fornecer esses cuidados essenciais", apontou. A casa rosa foi durante anos a única clínica a realizar abortos nesse Estado norte-americano. Exibindo cartazes, dezenas de opositores ao aborto fizeram piquetes em frente à clínica até o momento do fechamento. Do outro lado, ativistas a favor do acesso ao aborto responderam com cartazes com referências à alta taxa de mortalidade materna no Estado: "Por que vocês se interessam mais pelas vidas hipotéticas que as reais?", dizia um dos cartazes Cheryl Hamlin, uma médica da clínica, criticou os opositores, acusando-os de não "respeitar os direitos das mulheres".

Recorrer da decisão

A juíza Debbra K. Halford rejeitou na terça-feira um pedido da clínica para suspender temporariamente uma lei estadual que proíbe a maioria dos abortos. A clínica já anunciou, entretanto, a intenção de recorrer da decisão nos próximos dias, mas enquanto o caso avança nos tribunais não poderá realizar abortos. O aborto no Mississippi agora só será permitido em alguns casos excepcionais, como estupro, mas não incesto. Em 24 de junho, a Suprema Corte revogou sua histórica decisão conhecida como Roe v. Wade, de 1973, que garantia em todo o país o direito das mulheres a interromper sua gestação. Antecipando-se a essa medida, 13 Estados norte-americanos já haviam aprovado leis para proibir automaticamente o aborto em seus territórios assim que saísse uma decisão do mais alto tribunal no sentido de revogar a proteção federal à prática. Aproximadamente sete deles até agora baniram com sucesso o aborto, mas batalhas legais atrasaram a data final em Estados como Louisiana e Kentucky. Foi uma dessas leis, chamadas de "zumbi" ou "gatilho", que entrou em vigor na quinta-feira no Mississippi. Aprovada em 2007, ela prevê até 10 anos de prisão para quem praticar um aborto.
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