Última clínica que ainda realizava abortos no Estado do sul dos EUA fechou as portas na quinta-feira. Mais Estados dominados por ultraconservadores travam batalhas nos tribunais para banir o procedimento.
Por Redação, com DW - de Washington
O Mississippi se tornou na quinta-feira o sétimo Estado dos Estados Unidos a proibir o aborto após a Suprema Corte do país anular, em 24 de junho, a decisão de 1973 que garantia a proteção constitucional do procedimento de interrupção da gravidez. Nos últimos dias, defensores e opositores do direito ao aborto entraram em confronto em frente à clínica Jackson Women's Health Organization, que ainda realizava abortos no Estado conservador do sul dos EUA. Apelidado de casa rosa pela cor de sua fachada, a clínica realizou seus últimos procedimentos de aborto na quarta-feira e recebeu suas últimas pacientes na quinta para consultas de acompanhamento. – Na quarta-feira foi o último dia em que a Jackson Women's Health pode fornecer procedimentos de aborto – disse a advogada Hillary Schneller, do Center for Reproductive Rights, em declarações ao jornal The Washington Post. "Isso significa que o último provedor de serviços de aborto no Mississippi não poderá mais fornecer esses cuidados essenciais", apontou. A casa rosa foi durante anos a única clínica a realizar abortos nesse Estado norte-americano. Exibindo cartazes, dezenas de opositores ao aborto fizeram piquetes em frente à clínica até o momento do fechamento. Do outro lado, ativistas a favor do acesso ao aborto responderam com cartazes com referências à alta taxa de mortalidade materna no Estado: "Por que vocês se interessam mais pelas vidas hipotéticas que as reais?", dizia um dos cartazes Cheryl Hamlin, uma médica da clínica, criticou os opositores, acusando-os de não "respeitar os direitos das mulheres".