Rio de Janeiro, 26 de Dezembro de 2024

EUA julgam maior serial killer de sua história

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Quarta, 05 de Novembro de 2003 às 10:00, por: CdB

Nesta quarta-feira, um norte-americano de aparência modesta, que se casou três vezes e é pai de um filho, deve ser considerado culpado de 48 acusações de assassinato. Se for condenado, Gary Leon Ridgway será o serial killer com mais mortes comprovadas na história dos Estados Unidos.

Espera-se que Ridgway, 54, um ex-pintor de caminhões, confesse hoje ser o Assassino de Green River, nome dado ao responsável pelas mortes de dezenas de mulheres encontradas mortas ao longo do rio que fica ao sul de Seattle. A confissão o livra da pena de morte e resolve definitivamente um mistério que confundiu detetives por duas décadas.

O mistério começou no início da década de 1980, quando corpos de mulheres, a maioria prostitutas, começaram a aparecer em ravinas, rios, aeroportos e estradas do noroeste do estado de Washington. Na época, os investigadores listaram 49 prováveis vítimas de um serial killer que não deixava pistas.

Ridgway foi incluído entre os suspeitos em 1984, quando o namorado de uma das vítimas reconheceu sua caminhonete como sendo o carro que apanhou Marie Malvar antes dela ser morta. Mas Ridgway disse à polícia que não conhecia Malvar e, como não haviam mais provas, foi retirado da lista de suspeitos.

Mesmo assim, os detetives continuaram a vigiá-lo e, em 1987, conseguiram um mandado para recolher sua saliva para um teste de DNA. A amostra foi testada e o resultado provou que o DNA era o mesmo do esperma retirado do corpo de três vítimas. Treze anos se passaram, até que a tecnologia do DNA pode comprovar as suspeitas e eles puderam relacionar aquela amostra às tiradas de corpos de três das primeiras vítimas.

Ridgway foi preso ao sair do trabalho no dia 30 de novembro de 2001 e acusado de sete assassinatos. Frente às evidências do DNA e da possibilidade da pena de morte ele aceitou cooperar com a polícia. Ridgway confessou 42 dos 49 assassinatos listados, assim como seis que não haviam sido relacionados. Ele também levou as autoridades a quatro locais onde havia deixado vítimas que não haviam sido descobertas pela polícia.

Surpresa

A última vítima da lista oficial desapareceu em 1984, mas Ridgway admitiu ter matado outras duas mulheres, uma em 1990 e outra em 1998. Isto surpreendeu alguns criminologistas. "Uma vez que o suspeito é identificado, ele normalmente pára", diz Jack Levin, diretor do Centro de Violência da Universidade de Boston. "Ridgway é realmente um espécime raro, mesmo vigiado, ele continuou agindo por um longo tempo."

As 48 acusações de Ridgway provavelmente se transformarão em mais condenações do que as de qualquer outro serial killer na história do país, diz Levin. Isto não o torna, entretanto, o assassino mais prolífico porque a maioria dos serial killers não confessa seus crimes e os promotores só oferecem acordos em casos que têm certeza que não conseguirão provar. E, neste último caso, alguns assassinos confundem a polícia assumindo crimes que nunca cometeram e que conhecem apenas pela cobertura a imprensa.

Até hoje o serial killer com mais condenações era John Wayne Gacy, que matava homens e meninos em Chicago nos anos de 1970. Ele foi condenado por 33 assassinatos. Já Ted Bundy, que confessou ter matado mais de 30 mulheres e meninas, foi condenado apenas por três crimes e acabou sendo executado.

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