Blinken disse que Washington está fazendo tudo ao seu alcance, mas que o Talebã precisa permitir que os voos partam: "Deixamos claro para todas as partes, deixamos claro para o Talebã que esses voos precisam poder partir".
Por Redação, com Sputnik - de Washington
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu na quarta-feira ao Talebã que permita que voos fretados transportando norte-americanos e afegãos em risco partam do Afeganistão.
O secretário de Estado dos EUA afirmou ainda que Washington está avaliando o anúncio do novo governo afegão realizado pelo Talebã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).
– No momento, o Talebã não está permitindo a partida de voos fretados (...). Eles afirmam que alguns dos passageiros não têm a documentação necessária – comentou Blinken em entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Mass, após visita a Ramstein, base aérea dos EUA na Alemanha.
Os aviões fretados para transportar pessoas para fora do Afeganistão estão presos no Aeroporto Internacional de Mazar-i-Sharif, na capital da província de Balkh, com algumas pessoas dizendo que os EUA não estão fazendo o suficiente para facilitar a saída do país.
Blinken disse que Washington está fazendo tudo ao seu alcance, mas que o Talebã precisa permitir que os voos partam: "Deixamos claro para todas as partes, deixamos claro para o Talebã que esses voos precisam poder partir".
Novo governo no Afeganistão
O secretário de Estado dos EUA comentou ainda que Washington está avaliando o anúncio do novo governo afegão realizado pelo Talebã. "Na terça-feira, o Talebã nomeou o novo governo interino. Estamos avaliando o anúncio", afirmou Blinken.
Os talebãs apontaram Mohammad Hasan Akhund como primeiro-ministro interino. Akhund, um dos fundadores do Talebã, está sob sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2001.
O diplomata acrescentou que o movimento terá que ganhar legitimidade internacional. "Qualquer legitimidade, qualquer apoio, terá que ser conquistada".
Blinken concluiu afirmando acrescentou que não sabe se o ex-presidente afegão Ashraf Ghani fugiu do Afeganistão com milhões de dólares em dinheiro.
– Isso eu não sei. O que eu sei, é que ele deixou o país e novamente em um período muito curto de tempo as forças de segurança e suas instituições entraram em colapso, assim como o governo – comentou.
Nesta quarta-feira, Ghani divulgou comunicado em que afirma que deve uma explicação ao povo afegão após ter deixado Cabul "abruptamente" em 15 de agosto, depois que o Talebã entrou na capital.
"Deixar Cabul foi a decisão mais difícil de minha vida, mas eu acreditava que era o único caminho para manter as armas em silêncio e salvar Cabul e seus seis milhões de cidadãos", lê-se na nota.
Em 15 de agosto, os talebãs tomaram Cabul, anunciando ter terminado sua ofensiva no Afeganistão. Até 30 de agosto, data em que os EUA deixaram o país, após quase 20 anos de ocupação, mais de 124, mil pessoas foram evacuadas por Washington, afirmou o presidente norte-americano Joe Biden.