Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Estudo da UFF identifica áreas de risco de deslizamento em Niterói

Estudo da UFF mapeia áreas de risco de deslizamento em Niterói, integrando dados sociais e geográficos para prevenir tragédias climáticas.

Segunda, 11 de Agosto de 2025 às 11:32, por: CdB

Pesquisa da Universidade Federal Fluminense combina dados sociais e geográficos para classificar as áreas mais suscetíveis a deslizamentos em Niterói, visando prevenir tragédias agravadas pelas mudanças climáticas.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

Em meio ao aumento de eventos climáticos extremos, como tempestades intensas e chuvas concentradas em curtos períodos, Niterói enfrenta um alerta urgente: evitar tragédias provocadas por deslizamentos de terra. Para enfrentar o desafio, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram um Índice de Risco (IR) capaz de ranquear as áreas mais vulneráveis do município, cruzando informações sobre características do terreno, histórico de desastres e vulnerabilidade social.

Estudo da UFF identifica áreas de risco de deslizamento em Niterói | Pesquisa da UFF destaca áreas de risco em Niterói
Pesquisa da UFF destaca áreas de risco em Niterói

Segundo reportagem do diário conservador carioca O Globo, a metodologia é parte do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que busca dar à administração pública ferramentas para agir preventivamente. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Franciele Zanandrea, o objetivo é “planejar ações de forma preventiva, e não apenas reativa”, fortalecendo políticas públicas voltadas à prevenção em áreas periféricas e suscetíveis a desastres.

O estudo integra um programa federal que envolve 16 universidades em todo o país, sendo a UFF a representante do Estado do Rio de Janeiro. Além do mapeamento, a iniciativa inclui a capacitação de técnicos e lideranças locais para lidar com riscos ambientais de acordo com as características específicas de cada território.

Em Niterói, o risco é real e crescente: mais de 50 mil pessoas vivem em áreas consideradas de alto risco geológico, como Morro do Céu, Boa Vista, Jurujuba e Viçoso Jardim. Muitos desses locais já registraram deslizamentos ou precisaram ser interditados após temporais.

Cobertura vegetal

A ferramenta desenvolvida pela UFF atribui pontuações de 0 a 1 para cada área, sendo que valores mais próximos de 1 indicam maior risco. O cálculo considera fatores como declividade, tipo de solo, cobertura vegetal, densidade populacional, presença de vielas estreitas e escadas, dificuldade de acesso de veículos de emergência e o grau de vulnerabilidade social das famílias — aspecto decisivo para a capacidade de reação diante de um desastre.

Com a intensificação das mudanças climáticas, os pesquisadores alertam que eventos extremos serão cada vez mais frequentes e intensos, afetando de forma desproporcional as populações em encostas. A expectativa é que o mapeamento sirva como base para intervenções preventivas, reduzindo o impacto humano e material de futuros desastres ambientais.

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