A alternância ocorre duas semanas depois de o general do Exército Joaquim Silva e Luna tomar posse na Presidência da estatal, no lugar de Roberto Castello Branco, há duas semanas.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A estatal brasileira do petróleo Petrobras passará a oferecer contratos de venda de gás natural às distribuidoras com um novo indexador de preços. O índice Henry Hub, um dos mais conhecidos pontos de negociação de gás nos Estados Unidos, é considerado mais estável, com menor oscilação e diretamente relacionado ao produto - atualmente, a Petrobras adota o preço do petróleo no exterior, o Brent, como indexador. A informação foi divulgada em comunicado aos investidores, nesta segunda-feira. Já em vigor, a nova opção garante paridade com preços internacionais.
A alternância foi adotada duas semanas depois de o general do Exército Joaquim Silva e Luna tomar posse na Presidência da estatal, no lugar de Roberto Castello Branco, há duas semanas. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o militar entra na empresa com o desafio de conduzir a política de preços da companhia, motivo do desentendimento entre o ex-presidente da estatal e Bolsonaro.
A adoção do índice também está alinhada aos termos do novo marco do gás natural, sancionado em abril após anos de tramitação no Congresso e que deve resultar na ampliação de atores que atuam no setor. Até então, a Petrobrás tinha posição dominante no mercado.
Opcional
Localizado na Louisiana, o Henry Hub é um entroncamento de gasodutos de diversas companhias nos EUA, o que confere competitividade e liberdade aos preços devido à dinâmica de negociação entre vendedores e clientes, que ocorre em um ambiente de Bolsa. O índice é amplamente adotado desde 2016, quando os Estados Unidos passaram a ser exportadores de gás natural, e tem sido referência para contratos internacionais de longo prazo.
A nova modalidade será opcional, ou seja, as distribuidoras não serão obrigadas a aderir. Haverá contratos com horizonte de seis meses e de um a quatro anos - hoje, eles são de um a três anos. Os reajustes permanecerão trimestrais, exceto nos contratos de seis meses, que terão atualização mensal.
As próprias concessionárias têm reclamado da volatilidade do atual índice de reajuste e enfrentado dificuldades para repassar a variação aos consumidores residenciais e à indústria, principal cliente. De acordo com a Petrobras, os estudos para desenvolvimento de novos modelos contratuais começaram ainda em 2020 na companhia.