O Departamento de Estado norte-americano ordenou a saída de todos os diplomatas não essenciais e de suas famílias de Myanmar por conta da violenta repressão dos militares que deram um golpe de Estado no país.
Por Redação, com ANSA - de Washington
O Departamento de Estado norte-americano ordenou a saída de todos os diplomatas não essenciais e de suas famílias de Myanmar por conta da violenta repressão dos militares que deram um golpe de Estado no país.
Segundo a nota divulgada nesta quarta-feira, a decisão é uma forma de "garantir a segurança" da equipe diplomática durante esse período. Essa é mais uma ação tomada por Washington contra a junta militar que assumiu o poder em 1º de fevereiro.
Desde aquele dia, o governo de Joe Biden anunciou uma série de sanções aos chefes das Forças Armadas e de empresas ligadas a elas e também informou que irá suspender todos os acordos comerciais com a nação.
Protestos violentos
Dados de ONGs de direitos humanos informam que mais de 520 pessoas já morreram durante a repressão nos protestos pró-democracia e que exigem a libertação dos dois principais líderes políticos do país, a líder "de facto", Aung San Suu Kyi, e o presidente Win Mynt. Conforme o Unicef, ao menos 35 crianças e adolescentes estão entre as vítimas.
No último sábado, foram 114 mortes durante a repressão policial em cerca de 40 cidades, incluindo adolescentes de 13 anos.
Nesta quarta-feira, um dos advogados de Suu Kyi informou que ela "está bem de saúde" e que aguarda a audiência sobre um dos "crimes" do qual foi acusada. Os dois estão detidos em uma residência na capital Nay Pyi Daw.
Os militares deram um golpe de Estado sob alegação de "fraude eleitoral" no pleito do dia 8 de dezembro, quando o partido de Suu Kyi, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), teve uma vitória avassaladora com mais de 70% de votos. A data escolhida, inclusive, era quando os novos parlamentares deveriam ter assumido seus cargos.
Desde que foram detidos, a Nobel da Paz de 1991 e o presidente foram acusados de diversos "crimes" que nada tem a ver com a disputa democrática, como violação de leis de comércio e de catástrofe ambiental.