O Conselho de Segurança da ONU deu por encerrado o caso sobre a resolução de condenação aos atentados de 11 de março em Madri, atribuídos à organização terrorista basca ETA, depois de receber uma carta de desculpas da Espanha. A decisão foi anunciada pelo atual presidente do Conselho de Segurança, o embaixador alemão Gunter Pleuger, depois de receber do embaixador espanhol, Inocencio Arias, uma carta em que lamentava o ocorrido.
"Os antecedentes imediatos de que se dispunha naquele momento inicial levaram de boa fé as autoridades policiais e praticamente todas as forças políticas do meu país a extrair uma conclusão sobre a autoria dos fatos que não corresponde com o que emergiu mais tarde", disse Arias na carta. Daí nosso pedido ao Conselho de Segurança, formulado nas horas imediatamente posteriores ao atentado, e que agora lamento".
Perguntado se o Conselho de Segurança tomará alguma ação adicional para emendar a resolução depois desta carta, Pleuger respondeu que "do meu ponto de vista, o caso está fechado".
A carta do embaixador da Espanha, divulgada hoje, foi entregue quarta-feira passada ao embaixador francês, Jean Marc de la Sabliere, que exerceu a presidência do Conselho de Segurança durante o mês de março.
Nela, Arias explicou que as investigações levam a pensar que "os atentados foram cometidos por elementos radicais islâmicos". Além disso, disse que muitos dos suspeitos detidos são marroquinos que estão sendo investigados por seus possíveis vínculos com indivíduos presos no Marrocos por suposto envolvimento nos ataques terroristas cometidos em Casablanca ano passado.
"Por esta razão, e com a colaboração da polícia marroquina, está sendo feita uma investigação dos possíveis laços entre estes detidos e a organização terrorista conhecida como Grupo de Combatentes Islâmicos Marroquinos", diz Arias na carta. Ele também afirmou que alguns dos detidos têm antecedentes como islâmicos radicais, embora nunca tenham externado a posição a favor de atentados terroristas em países ocidentais, e que outros que poderiam estar envolvidos na preparação dos ataques e estão em paradeiro desconhecido se dedicam ao tráfico de drogas.
Arias acrescentou que as investigações continuam e que as autoridades policiais espanholas estão processando as ordens judiciais internacionais para detê-los.