Em um consenso temporário, permanecem as cotas de produção de cada país-membro da Opep, ante expectativa inicial de aumento de 500 mil barris por dia e proposta na semana passada de 400 mil barris por dia. Nenhuma data para um novo encontro foi acordada, até agora, o que deixa o mercado financeiro nervoso.
Por Redação - de São Paulo
O Ibovespa abriu a semana em queda, depois da forte alta de 1,56% do índice à vista na sessão da última sexta-feira. Os acionistas adotavam um tom de cautela, em meio ao noticiário político e à falta de acordo entre os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, chamada de Opep+, para elevar a produção da commodity.
Em um consenso, permanecem as cotas de produção de cada país-membro, ante expectativa inicial de aumento de 500 mil barris por dia e proposta na semana passada de 400 mil barris por dia. Nenhuma data para um novo encontro foi acordada, até agora.
O dólar, por sua vez, operava em leve alta no início desta tarde, em dia de mercados fechados nos Estados Unidos, enquanto os temores sobre a disseminação global da variante Delta da covid-19 e os ruídos políticos domésticos dominavam o radar dos investidores.
Cotações
Às 12h26, a moeda norte-americana subia 0,75%, cotada a R$ 5,0917. Na máxima até o início da tarde, chegou a R$ 5,0927. Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 0,18%, a R$ 5,0537, acumulando alta de 2,35% na semana. No ano, a queda ainda é de 2,57% frente ao real.
Às 13h29 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava baixa de 0,32%, a 127.212 pontos. No mercado de juros futuros, os principais contratos têm alta: o DI para janeiro de 2022 sobe cinco pontos-base, a 5,71%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de sete pontos-base a 7,12%, o DI para janeiro de 2025 avança sete pontos-base, a 8,20% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de quatro pontos-base a 8,63%.
As bolsas norte-americanas estão fechadas nesta segunda por conta do feriado do Dia da Independência, o que deve reduzir o volume de negociação do índice, em semana mais curta também para a B3 por conta do feriado de sexta-feira em São Paulo.
Varejo
Nos próximos dias, porém, ocorrerá a divulgação de indicadores econômicos importantes na esfera doméstica e internacional, com destaque na quarta-feira à ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
No Brasil, esta semana traz vendas no varejo de maio e inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. Além disso, os mercados acompanharão de perto as discussões sobre a reforma do imposto de renda no Congresso.
O noticiário político interno, em seguida, reproduz suspeitas reforçadas sobre a compra de vacinas, conforme documentos do Ministério da Saúde divulgados pelo diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP) que revelaram, no fim de semana, que o governo teria fechado contrato para a compra do imunizante indiano Covaxin por um valor 50% mais alto – US$ 15 – do que o valor inicial da oferta, de US$ 10.
‘Rachadinha’
Não bastasse, o portal de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, UOL, publicou uma reportagem com áudios de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que seu irmão foi demitido por Bolsonaro quando era funcionário do gabinete do então deputado por não devolver toda a fatia do salário acordada, o que corresponde a um esquema conhecido como “rachadinha”.
— O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’ — conclui.