O presidente dos Estados Unidos mencionou a conversa que teve com Lula ao discursar na cerimônia, ocasião em que relatou que ambos tiveram uma “química excelente”.
Por Redação – de São Paulo
O rápido encontro de menos de um minuto entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos EUA, Donald Trump, em Nova York, há duas semanas, foi considerado positivo por quase 50% dos eleitores brasileiros. Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 49% afirmam que Lula saiu mais forte politicamente da breve reunião ocorrida durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A pesquisa foi realizada antes do telefonema trocado entre os chefes de Estado, na semana passada.

O presidente dos Estados Unidos mencionou a conversa que teve com Lula ao discursar na cerimônia, ocasião em que relatou que ambos tiveram uma “química excelente”.
— Ele parece um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele — afirmou o norte-americano.
Elogios
Esta foi a primeira vez que os chefes de Estado se encontraram após os EUA anunciarem o tarifaço contra produtos brasileiros e a aplicação de sanções contra autoridades do Judiciário e do governo Lula. O processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) serviu de justificativa para as medidas.
Ainda de acordo com a pesquisa, para 27% Lula saiu mais fraco daquele encontro e 10% responderam “nem forte nem fraco”. Outros 14% não souberam responder. A maioria, 57%, disse que ficou sabendo dos elogios feitos por Trump ao presidente brasileiro na ONU – 43% responderam que não.
A percepção positiva sobre a conversa atinge percentuais ainda mais altos entre os eleitores que se declaram lulistas ou “esquerda não lulista”. Nesses grupos, 78% e 75% acham que o presidente saiu mais forte politicamente.
Posicionamento
Já entre os bolsonaristas, apenas 26% entendem que Lula saiu mais forte e para 51% ele saiu mais fraco. Para aqueles que se declaram sem posicionamento político, 44% acham que Lula ficou mais forte e 25% que ficou mais fraco.
O instituto fez 2.004 entrevistas presenciais entre quinta-feira e domingo. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi finalizada, portanto, antes da conversa telefônica que Lula e Trump tiveram na segunda-feira. Após a ligação, ambos elogiaram o teor do diálogo e sinalizaram que um encontro presencial pode ocorrer em breve.
A Quaest perguntou se Lula e Trump vão “se dar bem” após um eventual encontro e 51% afirmam que sim. Outros 36% acham o contrário, e 13% não opinaram. Segundo o instituto, 46% acham que Lula deveria “se esforçar” para se reunir com Trump e 44% avaliam que o presidente deveria “ser cuidadoso e esperar mais”. Ao todo, 10% não responderam.
Em um eventual encontro, 65% dos entrevistados acreditam que Lula deve ser “amigável” com Trump – 58% responderam dessa forma em agosto. Diminuiu de 33% para 25% o percentual de quem acha que a atitude deva ser mais “dura”.