Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Enem, marcado por polêmicas, é alvo de protestos e denúncias

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Domingo, 21 de Novembro de 2021 às 15:55, por: CdB

Esvaziada, esta edição teve apenas cerca de 3,1 milhões de estudantes inscritos. Trata-se do menor número de candidatos, desde 2005. A baixa adesão deixa de fora os alunos mais pobres.

Por Redação - de São Paulo
Marcado por uma série de polêmicas e diante uma crise sem precedentes na história das provas mais amplas para o acesso à universidade, após a debandada de servidores e suspeitas de vazamento de provas do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estudantes de todo o Brasil realizaram, neste domingo, a primeira parte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021.
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Apenas 3 milhões de alunos farão as provas do Enem, neste ano
Esvaziada, esta edição teve apenas cerca de 3,1 milhões de estudantes inscritos. Trata-se do menor número de candidatos, desde 2005. A baixa adesão deixa de fora os alunos mais pobres. De acordo com o levantamento feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior de São Paulo (Semesp), o número de inscritos com isenção da taxa por declaração de carência caiu 77% em relação à última etapa. A pesquisa revela, ainda, que apenas 11,7% dos inscritos para o Enem 2021 são pretos. É a menor proporção desde 2009, quando eles representaram 6,3% dos inscritos.

Carta

É um resultado da crise econômica e social do país, com o desemprego e o empobrecimento das famílias durante a pandemia da Covid-19, que piorou a situação dos jovens de baixa renda. Muitos tiveram de ir trabalhar e a sobrevivência fala mais alto. Em protesto contra a destruição sistêmica do Enem, seis ex-ministros da Educação assinaram neste domingo uma carta para alertar que o Inep, "o mais importante produtor de evidências sobre a educação brasileira", está sob “ameaça". O órgão é o responsável pela realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que seleciona os estudantes de todo o país para as universidades brasileiras. Segundo os ex-ministros, a permanência da atual gestão do Inep é “insustentável". "Nos quase 85 anos de existência jamais vimos na instituição uma crise tão profunda, ainda mais às portas da realização do mais importante instrumento de acesso ao ensino superior, que é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Quando o Inep é ameaçado, perde-se o efeito de 'Estado', nas políticas educacionais, e fica-se apenas em questões superficiais, como as interferências ideológicas opostas ao caráter técnico. “Com as evidências é que surgem políticas educacionais para quem importa: os estudantes", escrevem os ex-ministros Tarso Genro, Fernando Haddad (que comandaram a Educação no governo Lula), Aloizio Mercadante, Renato Janine Ribeiro (governo Dilma), Mendonça Filho e Rossieli Soares (governo Temer).
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