Na comparação com janeiro, a avaliação das condições atuais teve queda de 3,1%, principalmente devido à opinião dos empresários sobre o momento atual da economia (-4,8%). Os números demonstram a falta de credibilidade do governo na condução das crises econômica, fiscal e sanitária em que o país mergulhou.
Por Redação, com ABr - de Brasília e São Paulo
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio, medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 1,5% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, configurando a segunda queda consecutiva do indicador. Na comparação com fevereiro de 2020, a queda chegou a 18,5%.
Na comparação com janeiro, a avaliação das condições atuais teve queda de 3,1%, principalmente devido à opinião dos empresários sobre o momento atual da economia (-4,8%). Os números demonstram a falta de credibilidade do governo na condução das crises econômica, fiscal e sanitária em que o país mergulhou no golpe de Estado, em curso desde 2016.
As expectativas do empresário em relação ao próximo mês caíram 1,6%, devido principalmente à confiança no setor do comércio como um todo (-1,9%). As intenções de investimento também recuaram (-0,2%), queda puxada pela menor intenção de contratação de funcionários (-3,2%). Na comparação com fevereiro de 2020, as avaliações sobre o presente recuaram 29,2%, sobre o futuro, 13,8% e as intenções de investimentos caíram 14,4%.
Situação Atual
O Índice de Confiança da Construção, por sua vez, também recuou. Desta vez, a queda foi de 0,5 ponto em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, que chegou a 92 pontos, em uma escala de zero a 200, segundo dados da FGV.
Tanto o Índice da Situação Atual, que mede a confiança do empresário da construção no momento presente, quanto o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, recuaram 0,5 ponto. O Índice da Situação Atual chegou a 91,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas passou para 94,1 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade da Construção caiu 0,7 ponto percentual, passando para 73,3%.
Preços altos
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), medido pela FGV, registrou taxa de 1,07% em fevereiro deste ano, resultado superior ao 0,93% de janeiro. O INCC-M acumula taxas de inflação de 2% no ano e de 10,18% em 12 meses.
A inflação dos materiais e equipamentos usados na construção subiu de 1,43% em janeiro para 2,39% em fevereiro. A taxa dos serviços também cresceu, de 0,48% para 1,05% no período.
Na outra ponta, a taxa de inflação da mão de obra recuou de 0,61% em janeiro para 0,03% em fevereiro. O INCC-M é medido mensalmente em sete capitais brasileiras: Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.
Nova prévia
Os preços, na realidade, têm subido em todos os segmentos econômicos, e não apenas no setor da Construção Civil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial do país, registrou taxa de 0,48% em fevereiro. O índice ficou abaixo do 0,78% observado em janeiro deste ano mas acima do 0,22% de fevereiro do ano passado.
Os dados foram divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 acumula taxas de inflação de 1,26% no ano e de 4,57% no período de 12 meses.
A taxa da prévia de fevereiro foi influenciada principalmente pelos transportes, que registraram inflação de 1,11%, devido à alta de preços de itens como a gasolina (3,52%), óleo diesel (2,89%), etanol (2,36%) e gás veicular (0,61%).
Os gastos com educação tiveram alta de 2,39% e também tiveram impacto importante na prévia da inflação de fevereiro. Os alimentos, com inflação de 0,56%, foram outro grupo com impacto importante na inflação.
O grupo de despesas Habitação, por sua vez, teve deflação (queda de preços) de 0,74%, principalmente devido à queda nas tarifas de energia elétrica (-4,24%). Outro grupo com deflação foi a Comunicação (-0,09%).