Segunda, 06 de Setembro de 2021 às 12:46, por: CdB
O governo do presidente Nayib Bukele garante que a polêmica medida contribuirá para a bancarização da população e evitará uma perda de US$ 400 milhões nas remessas que os salvadorenhos enviam do exterior, o que representaria 22% do PIB do país - número que é questionado por especialistas.
Por Redação, com agências internacionais - de San Salvador
El Salvador tornar-se, nesta terça-feira, o primeiro país do mundo a reconhecer o bitcoin como moeda legal, em meio a um forte ceticismo da população e de advertências de economistas e organizações financeiras internacionais.
O governo do presidente Nayib Bukele garante que a polêmica medida contribuirá para a bancarização da população e evitará uma perda de US$ 400 milhões nas remessas que os salvadorenhos enviam do exterior, o que representaria 22% do PIB do país - número que é questionado por especialistas.
Dólar
No país centro-americano, que dolarizou sua economia há duas décadas, a maioria dos 6,5 milhões de habitantes rejeita o bitcoin e prefere continuar usando o dólar, de acordo com as últimas pesquisas.
— Esse bitcoin é uma moeda que não existe, é uma moeda que não vai favorecer os pobres e sim os ricos, porque o que nós pobres podemos investir, se mal temos o que comer? — questionou junto aos repórteres José Santos Melara, um veterano da guerra civil (1980-1992) que, na sexta-feira, participou de um protesto contra a criptomoeda.
Uso regulado
Sete em cada 10 salvadorenhos indicaram que "discordam ou discordam totalmente" do uso oficial do bitcoin, que circulará na mesma taxa do dólar, indicou uma pesquisa recente da Universidade Centro-Americana (UCA), que consultou 1.281 pessoas em meados de agosto.
Incentivado por uma alta aprovação pública, mas criticado por várias medidas consideradas autoritárias e que afetam a independência entre os poderes do Estado, Bukele defende sua decisão e criticou a oposição dura à medida, por "assustar" a população.
Os Estados Unidos pediram ao governo salvadorenho que tenha um uso regulado, transparente e responsável do bitcoin, e que "se proteja dos malfeitores".