Rio de Janeiro, 15 de Maio de 2025

As criptomoedas já conseguiram mais investidores do que a Bolsa no Brasil

Descubra como 42% dos investidores brasileiros já possuem criptomoedas e como isso impacta o mercado financeiro no Brasil.

Quinta, 24 de Abril de 2025 às 10:26, por: Paulo Roberto

De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva encomendada pela Binance, 42% dos investidores brasileiros possuem criptomoedas em sua carteira, superando ligeiramente o número de pessoas que investem em ações listadas em Bolsa (41%). Esse aumento no interesse por ativos digitais mostra o potencial da tecnologia blockchain no Brasil.

As criptomoedas já conseguiram mais investidores do que a Bolsa no Brasil | Imagem meramente ilustrativa
Imagem meramente ilustrativa

Logo no início dessa tendência, muitos brasileiros que já aderiram às criptomoedas procuram formas de ampliar o uso dos ativos digitais. Muitos sites de compra adotaram essa opção como método de pagamento, atraídos pela segurança extra proporcionada pela rede.

Outro setor que abraçou rapidamente essa segurança foi o de entretenimento. O anonimato foi visto como ponto positivo para muitos jogadores e fãs de apostas. Com isso, cassinos que aceitam criptomoedas se tornaram comuns no país. E com tantos usos, é normal que mais e mais pessoas aproveitam as vantagens dos tokens como investimento.

Um setor que não para de crescer

A tendência de crescimento das criptomoedas no Brasil não é nova. Segundo dados do Banco Central do Brasil, o volume de transações envolvendo criptoativos declaradas pelos brasileiros no exterior alcançou valores bem altos nos últimos anos, ultrapassando a casa dos bilhões de reais.

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A facilidade de acesso às plataformas de negociação e os resultados obtidos por quem entrou no mercado em fases de alta são grandes atrativos para quem está chegando agora. Além disso, o Brasil figura nas primeiras posições do Global Crypto Adoption Index, elaborado pela empresa de análise de dados Chainalysis.

O país ocupou o sétimo lugar em termos de adoção de criptomoedas, refletindo o grande interesse tanto de pequenos investidores quanto de grandes instituições. Esse posicionamento reforça o papel do Brasil no mercado cripto global, demonstrando uma cultura de investimento cada vez mais aberta à inovação.

Um dos motivos para a popularidade dos criptoativos é a busca por altos retornos. Segundo a pesquisa da Locomotiva, 20% dos entrevistados apontaram essa possibilidade como o principal atrativo das criptomoedas. Nos momentos de alta do Bitcoin e de outras moedas, há quem obtenha rendimentos que dificilmente se observa em aplicações de renda fixa.

Outro ponto que chama a atenção é a liquidez oferecida pelas criptomoedas, fator citado por 13% dos participantes do estudo. Diferentemente de certos investimentos convencionais, as principais exchanges e corretoras de cripto funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, permitindo negociações a qualquer momento.

Essa característica agrada quem deseja ter acesso rápido aos próprios recursos e não quer esperar o horário comercial do mercado financeiro tradicional. Há ainda o fato de as criptomoedas não dependerem diretamente do sistema bancário tradicional, que atrai 10% dos investidores consultados.

Em um país onde as pessoas buscam alternativas para proteger seu dinheiro de turbulências econômicas, essa independência de autoridades centrais pode ser vista como vantagem, complementando a carteira de investimentos.

Segurança e inovação em pauta

Apesar de as criptomoedas não serem reguladas de forma tão rígida quanto as instituições bancárias tradicionais, o debate sobre a criação de um arcabouço legal para os criptoativos no Brasil está cada vez mais forte. A promulgação do Marco das Criptomoedas em 2022, por exemplo, estabeleceu parâmetros iniciais para a regulação do mercado.

A Lei nº 14.478/2022, estabeleceu diretrizes claras para a prestação de serviços relacionados a ativos virtuais, como criptomoedas, visando coibir crimes financeiros e promover maior segurança jurídica no setor. Entre as medidas está a exigência de autorização prévia para que empresas possam operar como prestadoras desses serviços.

O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários também vêm acompanhando de perto as operações envolvendo criptomoedas. Em casos de suspeita de pirâmides financeiras ou fraudes, as autoridades brasileiras têm atuado para investigar e punir os responsáveis. Essa vigilância indica que, embora o mercado cripto ainda se baseie em certo grau de autonomia em relação ao sistema financeiro, a tendência é que mais normas específicas surjam.

Isso para dar legitimidade às transações e trazer maior segurança para quem investe ou utiliza moedas digitais. O governo brasileiro também mostra interesse em tecnologias relacionadas a blockchain e criptomoedas. Há iniciativas de digitalização de documentos e serviços públicos que estudam a aplicação de redes distribuídas para aumentar a transparência e eficiência.

Em maio de 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Tribunal de Contas da União (TCU) lançaram a Rede Blockchain Brasil, uma infraestrutura nacional que permite a integração de projetos de diferentes órgãos públicos, promovendo maior transparência e rastreabilidade nas transações governamentais.

Algumas cidades, por exemplo, consideram desenvolver projetos-piloto para implantar moedas digitais locais, facilitando o comércio e a inclusão financeira de cidadãos. No Portal do Governo Brasileiro, há menções sobre o potencial da tecnologia blockchain em diferentes setores, como saúde e rastreamento de produtos agropecuários.

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