Rio de Janeiro, 11 de Dezembro de 2024

Economistas apostam em alta na taxa oficial de juros

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Terça, 10 de Dezembro de 2024 às 18:59, por: CdB

Pesquisas realizadas junto ao mercado financeiro apontam para um aumento entre 0,75 a 1 ponto percentual (pp) na Selic. Na reunião passada, em novembro, o colegiado do BC acelerou o ritmo com um ajuste de 0,5 ponto percentual, subindo a Selic para 11,25% ao ano.

Por Redação – de Brasília

A taxa oficial de juros do país (Selic) tende a sofrer uma alta consistente na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que se inicia nesta terça e termina na quarta-feira. Trata-se da derradeira participação do economista Roberto Campos Neto na Presidência da autoridade monetária, com mandato que se encerra em 31 de dezembro.

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Roberto Campos Neto, terá sua última reunião do Copom como presidente do Banco Central

Pesquisas realizadas junto ao mercado financeiro apontam para um aumento entre 0,75 a 1 ponto percentual (pp) na Selic. Na reunião passada, em novembro, o colegiado do BC acelerou o ritmo com um ajuste de 0,5 ponto percentual, subindo a Selic para 11,25% ao ano. Naquele momento, havia expectativa de que o Copom pudesse repetir o passo em dezembro. Na visão do mercado, contudo, seguir com essa dose não condiz com a necessidade de um ciclo mais extenso apresentada, atualmente.

Nas últimas semanas, houve uma onda de revisões de cenário após a frustração dos agentes econômicos com o pacote de contenção de despesas apresentado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a disparada do dólar, que rompeu a barreira dos R$ 6, e a nova demonstração de força do Produto Interno Bruto (PIB).

 

Inflação

Nesta quarta-feira, Campos Neto preside a 46ª e última reunião do Copom sob sua gestão, que teve início em 2019. Ele esteve à frente do colegiado na decisão de levar a Selic ao piso histórico de 2% ao ano durante a pandemia de covid-19 e, posteriormente, no choque de juros mais forte desde a adoção do regime de metas para inflação, em 1999. A taxa básica ficou estacionada no patamar de 13,75% por um ano, entre agosto de 2022 e 2023.

Campos Neto transmitirá o comando do BC a Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio a um ciclo de alta de juros, que se anuncia mais forte do que o previsto inicialmente por economistas. O novo gestor do BC assumirá o posto em 1º de janeiro de 2025.

O Copom sinalizou, na ata do encontro passado, que uma piora adicional das expectativas de inflação poderia prolongar a alta de juros. O Bank of America (BofA) considera que esse cenário se materializou e passou a esperar uma Selic de 12% ao ano ao término de 2024 e de 13,75% no fim do ciclo (ante 13% na projeção anterior).

 

Mais sério

Para os economistas do Itaú Unibanco, no entanto, a tomada de decisão do Copom tende a ser mais séria, com a aceleração da alta da taxa de juros para 1 ponto percentual nesta reunião do Copom. A Selic deverá subir para 12,25%, dos atuais 11,25%, em função de um ambiente de “crescente incerteza e aversão a risco”, segundo relatório do banco assinado por Mário Mesquita, economista-chefe da instituição.

Na análise sobre o que esperar da decisão do Comitê daqui dois dias, a equipe do Itaú elenca os fatores que levam à intensificação do ajuste nos juros. A piora nas expectativas de inflação, como corroborado pelo relatório Focus nesta segunda-feira, e a depreciação intensa do câmbio, descolada da maioria dos países emergentes, “requer uma postura mais vigorosa por parte da autoridade monetária”.

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