Por décadas, o mercado financeiro se baseia em princípios fundamentais como a estabilidade da inflação, a disciplina fiscal do governo, a independência do Banco Central e o status de refúgio seguro de ativos norte-americanos.
Por Redação, com Reuters – de Nova York, NY-EUA
O Instituto de Investimento BlackRock (BII) disse na terça-feira que a crescente incerteza em torno de tendências econômicas tradicionalmente estáveis e de longo prazo está empurrando-a para estratégias de curto prazo em meio a uma perspectiva econômica global cada vez mais incerta.
Por décadas, o mercado financeiro se baseia em princípios fundamentais como a estabilidade da inflação, a disciplina fiscal do governo, a independência do Banco Central e o status de refúgio seguro de ativos norte-americanos, como o dólar e os títulos do Treasury.
Mas a confiança dos investidores nesses fundamentos foi abalada este ano pelas tarifas dos EUA, preocupações sobre a futura independência política do Federal Reserve , e uma ampla reavaliação da exposição aos ativos dos EUA, à medida que o presidente dos EUA, Donald Trump, se move para remodelar a dinâmica do comércio global.
Investimentos
“A longo prazo, com as âncoras macroeconômicas perdidas, ninguém sabe para onde a economia global está indo. É por isso que, por enquanto, investimos no aqui e agora — e nos apoiamos mais em nosso horizonte tático de seis a 12 meses”, disse o BII, uma divisão da BlackRock sediada nos EUA focada em pesquisa de investimentos, em uma nota de perspectiva de investimento global de meados de 2025.
As perspectivas de investimento do instituto são baseadas em opiniões de gestores de portfólio seniores e executivos de investimentos da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo.
O BII afirmou estar mais otimista em relação aos títulos públicos da zona do euro nos próximos seis a 12 meses. Em ações, continua a favorecer as ações norte-americanas em detrimento das europeias.
Dívida
Maiores gastos governamentais na Europa poderiam apoiar os setores aeroespacial, de defesa e financeiro. Mas as ações americanas devem apresentar desempenho superior, impulsionadas pelo boom da inteligência artificial e pela demanda por tecnologia, mesmo que as tarifas sejam um entrave à economia, afirmou o relatório.
As tarifas e a desaceleração da imigração nos EUA devem manter a pressão ascendente sobre a inflação, limitando a capacidade do Federal Reserve de cortar as taxas de juros, disse o BII.
O instituto manteve uma postura pessimista em relação aos títulos do Treasury dos EUA de longo prazo e mudou de uma visão “abaixo do peso” para uma visão “neutra” em relação à dívida em moeda local de mercados emergentes, depois que o dólar perdeu cerca de 10% neste ano em relação às principais moedas.
“O potencial para uma nova queda do dólar norte-americano e mercados emergentes mais brilhantes(EM) a perspectiva de crescimento torna os títulos de mercados emergentes em moeda local mais atraentes no contexto de um portfólio completo”, conclui o documento.
