O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha presidencial do PT em 2002, foi ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, na manhã desta quarta-feira, em sessão secreta. O objetivo da reunião reservada foi evitar o vazamento de informações sigilosas, o que poderia caracterizar a quebra do acordo feito com a Procuradoria de Nova Iorque (EUA), que permitiu a membros da CPMI acesso a dados das contas do publicitário no exterior com o compromisso de mantê-los sob sigilo.
Este é o segundo depoimento de Duda Mendonça à CPMI. Na primeira vez, em agosto de 2005, ele falou sobre os recursos recebidos como pagamento pelos trabalhos realizados durante a campanha. Informou também a abertura de uma conta no BankBoston nas Bahamas, em nome da empresa offshore Dusseldorf, para receber R$ 10,5 milhões que supostamente seriam de caixa dois do PT.
Dólares no exterior
Documentos obtidos pela CPI dos Correios por meio da quebra do sigilo bancário da conta Dusseldorf, mantida por Duda Mendonça em Miami, nos EUA, revelam que o publicitário usou o mesmo banco para enviar US$ 730,34 mil, em 19 de setembro de 2003, para o Credit Suisse, instituição bancária com sede em Zurique, na Suíça.
Os papéis, cujo acesso foi liberado semana passada pela Justiça americana, mostram ainda remessas para as contas Bankhaus Carl e Prudential Securities Inc. - as quais pertenceriam a bancos homônimos. No caso da Bankhaus, Duda remeteu US$ 473,87 mil para a conta em 19 de dezembro de 2003. Já a Prudential recebeu US$ 100 mil da Dusselforf em 16 de dezembro de 2003. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o dinheiro foi creditado em conta do Chase Manhattan, de Nova York.
Segundo a defesa de Duda, as transações de destinaram a fazer pagamentos "a terceiros" e caberia ao BankBoston explicar o caminho usado para movimentar o dinheiro.