O decreto reconhece a importância de desenvolver um plano que atualize os EUA em relação aos avanços de "competidores estratégicos e adversários estrangeiros", sem identificar nenhum país, embora a imprensa local não tenha dúvidas em apontar que se trata da China.
Por Redação, com EFE - de Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na segunda-feira um decreto destinado a promover o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial no governo americano para competir com países como a China, mas não anunciou nenhum investimento que possa potencializar essa estratégia. O plano, chamado Iniciativa para a Inteligência Artificial Americana, instrui as agências do governo dos EUA a priorizar a pesquisa desse tipo de tecnologia, que muitos analistas acreditam que pode ser crucial para o desenvolvimento da economia e inclusive das guerras no futuro. – Os Estados Unidos devem esporear avanços tecnológicos em matéria de inteligência artificial em todo o governo federal, a indústria e as instituições acadêmicas para poder promover descobertas científicas, a competitividade econômica e a segurança nacional – indica a ordem executiva assinada por Trump. O decreto reconhece a importância de desenvolver um plano que atualize os EUA em relação aos avanços de "competidores estratégicos e adversários estrangeiros", sem identificar nenhum país, embora a imprensa local não tenha dúvidas em apontar que se trata da China. Em 2017, Pequim apresentou um plano para se transformar no líder mundial em inteligência artificial, com o objetivo de criar uma indústria avaliada em US$ 150 bilhões até 2030. Por sua parte, a Comissão Europeia e os Estados-membros, além da Suíça e da Noruega, se comprometeram em dezembro a alcançar um total de 20 bilhões de euros (US$ 22,5 bilhões) de financiamento no setor da inteligência artificial até 2020. Por outro lado, os EUA não identificaram ainda um número de investimento similar, algo que alguns analistas consideram preocupante e que a Casa Branca minimizou, ao ressaltar que é o Congresso americano quem deve decidir quantos fundos devem ser dedicados a esse âmbito. Segundo o jornal The New York Times, o Pentágono destinou neste ano US$ 75 milhões para criar um novo escritório direcionado a desenvolver tecnologias de inteligência artificial, mas muitos dos especialistas nesse âmbito preferem trabalhar em empresas privadas como Google e Amazon, e não no governo. A expectativa é que a iniciativa de Trump tome uma forma mais clara nos próximos meses, uma vez que suas agências desenvolvam planos específicos para implementar o decreto.