O número total de homens negros mortos por uso de arma de fogo em via pública, entre 2012 e 2022, foi de 149,7 mil. Por outro lado, os casos de homens brancos somaram 38,2 mil.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
Estudo compreende um período de dez anos e mostra a disparidade dos efeitos do uso de arma de fogo no País
Cerca de 150 mil homens negros morreram no Brasil, em dez anos, por conta de ferimentos por arma de fogo. Em termos de comparação, o número é quase quatro vezes maior do que o de homens brancos mortos sob o mesmo contexto.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira e constam no Boletim Saúde da População Negra, feito para a TV Globo. O boletim é uma iniciativa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Carê.
O número total de homens negros mortos por uso de arma de fogo em via pública, entre 2012 e 2022, foi de 149,7 mil. Por outro lado, os casos de homens brancos somaram 38,2 mil.
O pico aconteceu em 2017, quando, segundo o estudo, 17,6 mil homens negros morrem em decorrência de arma de fogo.
Entre 2017 e 2019, houve uma baixa significativa nos casos, foram cerca de 10 mil no último ano citado, mas, uma nova subida foi registrada a partir de 2020.
O ano de 2017 também marcou o ponto alto das mortes por agressão, especialmente no que se refere a homens negros. Os casos envolvem não apenas armas de fogo, mas o uso de faca, assim como a violência física. Naquele ano, foram 4 mil vítimas negras contra 1,1 mil vítimas brancas.
Mulheres negras
O estudo também buscou medir como o uso de armas de fogo afeta as mulheres negras. Segundo o levantamento, entre 2012 e 2022, 13,6 mil mulheres negras morreram por conta de disparo de arma de fogo.
Assim, como os homens, há diferenças significativas entre as populações negra e branca: no caso das mulheres brancas, foram 5,5 mil óbitos pelo motivo citado, no período.