O diretor do presídio Ary Franco, major Alexandre Azevedo de Jesus, confirmou no final da terde desta terça-feira que oito presos morreram durante o motim numa das celas da galeria A do presídio.
Presos de uma mesma facção fizeram um agente de refém na hora do confere pela manhã. Depois disso, eles pegaram as chaves das celas e executaram com golpes de estoque oito desafetos da mesma facção. Dois agentes penitenciários feitos como reféns foram levados para os fundos da galeria, mas nada sofreram.
Segundo o diretor da unidade, após executarem a ação, os presos entregaram os estoques, se renderam e voltaram para as celas. O Ary Franco tem atualmente 1.212 presos e cerca de 400 de uma mesma facção criminosa estavam na galeria A. A rebelião durou cerca de duas horas e os presos usaram armas artesanais feitas de ferro e madeira
O presídio foi cercado por policiais militares e pelo Grupo de Intervenções Táticas (GIT), policiais do Batalhão de Choque e um carro do Corpo de Bombeiros. Um helicóptero deu suporte às operações.
No começo de julho, oito presos escaparam do presídio Ary Franco por uma corda. O presídio já teve outros incidentes este ano, assim como diversas unidades do sistema penitenciário. Em maio, um motim na Casa de custódia de Benfica terminou no massacre de 30 presos. Em junho, presos da Penitenciária Milton Dias Moreira, no complexo da Frei Caneca, fizeram uma rebelião que terminou com nove presos feridos. Em janeiro, 570 detentos se amotinaram por 16 horas no Complexo Penitenciário de Bangu. Três meses depois bandidos jogaram explosivos num portão do Presídio Ary Franco, em Água Santa, numa tentativa de fuga em massa.