Rio de Janeiro, 14 de Março de 2025

Diretor do BC aponta para novo ciclo de juros mais estáveis

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Segunda, 16 de Maio de 2022 às 13:29, por: CdB

Há cerca de duas semanas, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic em 1,0 ponto percentual, a 12,75% ao ano, e disse ser provável uma extensão do movimento de alta dos juros com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em junho, sem especificar se esse seria o último aumento da taxa.

Por Redação - de Brasília
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse nesta segunda-feira preferir um cenário de taxa de juros parada em um patamar alto por mais tempo para atingir a meta de inflação, mas ponderou que nem sempre isso é possível, em meio a especulações do mercado sobre os próximos movimentos do BC no combate à inflação.
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Em pouco mais de um ano, a Selic sofreu um incremento de quase 500%
Em evento promovido pelo Goldman Sachs, Serra afirmou que se pudesse escolher alongar o período de manutenção da Selic em um patamar mais elevado, essa seria uma opção adequada, ressaltando contudo que a decisão precisa ser razoável e considerar outros fatores, como a atividade econômica.

Convergência

— A gente fez o trabalho mais rápido do que nossos pares, a gente imaginava poder parar (o aperto) nessa reunião (de maio); o cenário piorou, a gente teve que estender o ciclo, dar uma sinalização de provável extensão do ciclo, mas daqui para frente eu acho que o tempo dirá — calcula. Há cerca de duas semanas, o BC subiu a Selic em 1,0 ponto percentual, a 12,75% ao ano, e disse ser provável uma extensão do movimento de alta dos juros com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em junho, sem especificar se esse seria o último aumento da taxa. — Se eu puder escolher alongar o período de convergência, alongar a manutenção da Selic em um nível apertado, juro alto, e for possível entregar a meta de inflação com essa política, acho que ela é adequada, mas precisa ser razoável — acrescentou.

Demanda

O diretor justificou que até o momento houve poucos sinais de desaceleração da atividade, mas que os riscos nesse sentido agora são crescentes.  Depois de ressaltar que a taxa de juros entrou em campo contracionista recentemente, no fim de 2021, ele afirmou que os efeitos defasados da política monetária começarão a ser sentidos no segundo semestre deste ano, impactando a economia e abrindo caminho para recuo da inflação. — Daqui para frente, há risco crescente de a política monetária fazer efeito e desacelerar a demanda — previu. O diretor do BC afirmou, ainda, que parte do crescimento econômico deve ocorrer com base na recuperação do setor de serviços. — Ainda tem coisa para acontecer na retomada dos serviços. Se tivesse que apostar, o crescimento do PIB em 2022 seria mais de 1%. O investimento surpreende e cresce bem desde a retomada pós-pandemia — concluiu.
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