Líder da CDU, Friedrich Merz terá a missão de formar um novo governo alemão, no lugar do chanceler Olaf Scholz, da coalizão de centro-esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).
Por Redação, com agências internacionais – de Berlim
O partido da centro-direita alemã União Democrata-Cristã (CDU) venceu as eleições parlamentares da Alemanha, neste domingo, com 30% dos votos, segundo as pesquisas de boca de urna. Os levantamentos também confirmam o avanço da legenda de ultradireita neonazista Alternativa para Alemanha (AfD) que deve se tornar a segunda maior força política no país, com um recorde de 20% dos votos.

Líder da CDU, Friedrich Merz terá a missão de formar um novo governo alemão, no lugar do chanceler Olaf Scholz, da coalizão de centro-esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD). O partido de Scholz terminou em terceiro lugar, segundo a boca de urna.
Em seu discurso de vitória, nesta noite, Merz falou a apoiadores na sede do seu partido e elogiou uma “campanha eleitoral fantástica”, mas falou sobre seu “respeito por nossos oponentes políticos”.
— Agora vamos conversar juntos e é importante formar um governo o mais rápido possível… O mundo lá fora não está esperando por nós. Todo mundo no mundo vê que a Alemanha tem um governo confiável e digno de confiança. Esta noite comemoramos e a partir de amanhã retomaremos nosso trabalho — disse o líder dos democratas cristãos.
Aos 69 anos e com 1,98 m de altura, Merz é um conservador social, pró-negócios e de discurso direto, que passou anos aguardando sua chance. Ele faz parte do partido da ex-chanceler Angela Merkel, com quem travou disputas no passado sobre a liderança da CDU Ofuscado por Merkel desde 2002, o líder da centro-direita acabou deixando a política, atuou nos conselhos de bancos de investimento e passou a pilotar aviões como um hobby.
Fronteiras
Merz disputou a liderança do partido, mas perdeu para Merkel em 2018 e depois para Armin Laschet, que acabou sendo derrotado na eleição alemã de 2021. Merz então assumiu o comando da CDU e concorreu sob o slogan: “Uma Alemanha da qual possamos nos orgulhar novamente”.
O empresário prometeu controles permanentes nas fronteiras e regras de asilo mais rígidas para restringir a imigração; além de reduzir impostos e corta 50 bilhões de euros em gastos com assistência social para reaquecer a economia alemã. Também se comprometeu a reforçar a ajuda à Ucrânia. No entanto, ele provocou forte reação antes das eleições ao tentar endurecer as regras de imigração para contar com votos do partido de extrema-direita Alternativa Para a Alemanha (AfD), o que acabou não dando certo.
Embora Merz tenha descartado qualquer aliança com o AfD, a ex-chanceler Angela Merkel disse que ele estava “errado” ao aceitar os votos do partido, e ele enfrentou grandes protestos. Merz também prometeu uma liderança mais firme da Alemanha na Europa e maior apoio à Ucrânia, sem descartar uma futura adesão do país à Otan.
Neonazistas
As pesquisas boca de urna também mostram que a AfD será a segunda força na política do país — conquistando uma votação histórica para o Parlamento alemão. O copresidente da legenda neonazista, Tino Chrupalla, diz que está “muito orgulhoso do partido”, após as pesquisas de boca de urna deste domingo.
— Estávamos unidos, nossa campanha foi direcionada e fomos disciplinados. Podemos realmente provocar uma mudança histórica — disse ele, ao lado da copresidente Alice Weidel, acrescentando que o partido “está sempre abertos a negociações”.
Outros partidos têm sido inflexíveis em não formar uma coalizão com a AfD. Mas Chrupalla diz que seu partido recebeu “um mandato para provocar mudanças políticas”. Ao longo da última década, a AfD tem sido um dos partidos que mais cresceu junto ao eleitorado alemão. O partido é liderado por Weidel, uma mulher lésbica e conservadora que se tornou popular entre os eleitores jovens no TikTok, principalmente homens.