O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, fez neste sábado uma contundente defesa da política econômica do governo Lula e previu uma expansão de 5 por cento para a economia do país em 2005.
"O Brasil vai crescer 5 por cento este ano porque nossa política econômica não é só política fiscal e monetária", disse Dirceu a jornalistas durante encontro da ala majoritária do PT, que prepara um documento para ser defendido no processo de eleição direta do partido, marcado para setembro.
"O governo tem uma série de medidas que estão sendo adotadas no país que asseguram o crescimento", acrescentou o ministro.
Segundo ele, é um equívoco projetar o crescimento da economia com base no movimento das taxas de juros. A atual previsão do Banco Central é de um crescimento de 4 por cento para o PIB este ano.
"Não podemos achar que o Brasil é aumentar ou baixar juros. Não é o que decide o futuro do país. A política econômica é muito mais vasta do que isso", argumentou Dirceu. "As exportações estão crescendo, o microcrédito está crescendo, os investimentos estão crescendo e a demanda também. Eu acredito que a política econômica trabalha para o crescimento."
Criticada pela esquerda petista, a política econômica também foi defendida no esboço do documento do chamado campo majoritário do PT. O documento servirá de base para a tese a ser apresentada pelo grupo nas eleições para presidente do legenda.
O texto afirma que "o equilíbrio fiscal e o crescimento econômico não são incompatíveis com melhoras na renda e no emprego". Num outro ponto, reconhece que, ao chegar ao governo, o PT percebeu os "limites, necessidade e desafios para o desenvolvimento".
"Uma das principais lições tiradas à frente do governo refere-se à compreensão de que uma economia estável, sólida e dinâmica é essencial para o Brasil", afirma o texto.
Dirceu também manifestou apoio ao recém-nomeado ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), alvo de denúncias de irregularidades em Roraima.
"O ministro está prestando contas com o Ministério Público e com a sociedade. Tem a confiança do presidente. Ele apresentou ao governo antes de ser nomeado que essas questões existiam", disse Dirceu.
"O governo tinha consciência de que havia litígio judicial, comercial com relação ao Banco da Amazônia e que havia inquérito na PF. O governo não encontrou nenhuma razão para ele não ser indicado (como ministro)", disse.
Neste sábado, novas denúncias publicadas na imprensa envolvem o ministro da Previdência, desta vez em relação à sua campanha para o Senado, em 2002.
Dirceu aproveitou também para sair em defesa do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acusado de supostas irregularidades fiscais.
"O governo não pode tomar decisões com base em denúncias e investigações... o governo não pode, por questões de denúncia, demitir um ministro ou o presidente do Banco Central. É preciso que a Justiça se pronuncie."
Também participam da reunião petista, entre outros, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o presidente da legenda, José Genoino. O encontro segue até domingo.