O presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou o filho caçula, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A decisão, segundo Paulo Roberto de Almeida, prejudica a imagem internacional do país.
Por Redação, com Lusa - de Lisboa
As declarações do embaixador Paulo Roberto de Almeida, ex-presidente do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), Paulo Roberto de Almeida à agência portuguesa de notícias Lusa repercutiram, neste domingo, no meio diplomático. Segundo Almeida o Brasil assemelha-se a uma “República das Bananas” devido ao “nepotismo” na indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil, em Washington.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou o filho caçula, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a direção da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. A decisão, segundo Paulo Roberto de Almeida, prejudica a imagem internacional do país.
— Apenas as repúblicas de bananas têm esse ‘familismo’, esse nepotismo, filhotismo, essa personalização de relações políticas importantes, como são as diplomáticas, num sistema que antigamente pertencia à aristocracia, às oligarquias, e que hoje é inaceitável para os padrões de uma diplomacia consolidada no sistema burocrático — protestou o embaixador, em entrevista à Lusa.
‘Shithole’
O diplomata foi incisivo ao afirmar que Eduardo Bolsonaro não “tem capacidades” para atender as necessidades do cargo, apesar de o chefe de Estado brasileiro confiar nas competências do filho. Bolsonaro alega que o filho sabe falar várias línguas e de conhecer a família do Presidente norte-americano, Donald Trump.
— Ele não é capacitado, vamos ser muito claros. Acaba de fazer 35 anos, não tem formação adequada, conhece muito pouco, ou nada, de relações internacionais. Essa adesão às teses de Trump é algo estranho e até bizarro, porque certamente o Presidente norte-americano já colocou o Brasil naquela lista dos shithole countries ('países de merda', na tradução popular), ou seja, um desprezo total por Estados que fornecem imigrantes ilegais aos EUA — concluiu.