O tempo está curto até a sabatina marcada para 13 de dezembro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Dino, no entanto, enfrenta uma oposição tanto parlamentar, liderada por senadores ligados a Jair Bolsonaro, quanto religiosa, por conta de um segmento evangélico ativo.
Por Redação - de Brasília
Atual Ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ampliou nesta quinta-feira sua agenda de encontros com senadores, na rotina para angariar votos para sua nomeação. Os articuladores da campanha de Dino calculam até 53 dos 41 votos necessários.
O tempo está curto até a sabatina marcada para 13 de dezembro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Dino, no entanto, enfrenta uma oposição tanto parlamentar, liderada por senadores ligados a Jair Bolsonaro, quanto religiosa, por conta de um segmento evangélico ativo. O agora ministro promete “mudar de roupa” e assumir o figurino de uma figura predominantemente jurídica, segundo analistas políticos.
Senadores, entre eles Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC), já manifestaram resistência em se reunir com Dino. Eduardo Girão (Novo-CE) e Cleitinho (Republicanos-MG) igualmente se opõem à nomeação.
Abstenção
Mas há aqueles radicais melhor educados, a exemplo de Damares Alves (Republicanos-DF) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que se mostraram dispostos a conversar com o adversário, em condições republicanas. Enquanto isso, uma parte influente da bancada evangélica, liderada por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o pastor Silas Malafaia, iniciou uma mobilização contra a nomeação de Dino. Eles questionam as convicções políticas do ex-governador.
De seus assessores mais próximos, Dino ouve recomendações para que se abstenha de julgar casos envolvendo Bolsonaro ou o governo de Lula, caso seja confirmado para o STF. A sugestão baseia-se em declarações prévias e na trajetória política de Dino.