No Rio de Janeiro, porta de entrada no país de negros escravizados, nos séculos XVIII e XIX, a devoção ao Santo Guerreiro ganhou força tanto para católicos quanto para os adeptos das religiões de além-mar, que trouxeram do continente africano o culto ao Orixá Ogum, São Jorge no sincretismo religioso.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Dia de celebrar um dos santos mais populares da Igreja, o dia 23 de Abril foi intenso nas igrejas católicas e centros de umbanda, entre outras religiões de matriz africana. Como tradicionalmente acontece, os fiéis se vestem de vermelho para homenagear São Jorge.
No Rio de Janeiro, porta de entrada no país de negros escravizados, nos séculos XVIII e XIX, a devoção ao Santo Guerreiro ganhou força tanto para católicos quanto para os adeptos das religiões de além-mar, que trouxeram do continente africano o culto ao Orixá Ogum, São Jorge no sincretismo religioso.
Após o severo distanciamento social imposto pela pandemia de covid, a igreja dedicada ao Santo, na Praça da República, Centro da Cidade, voltou a abrir as portas, mas apenas para visitação. Por conta da proximidade da Igreja com a Marquês de Sapucaí, palco dos desfiles das escolas de samba neste carnaval fora de época, não houve a tradicional alvorada festiva, com queima de fogos e missa campal.
Candomblé
Pelas redes sociais, o pároco Wagner Toledo fez uma reflexão sobre a importância de São Jorge na vida dos fiéis. E o que não falta é devoto de São Jorge. A assistente social Beth Lopes conta que ele sempre a socorre nos momentos mais difíceis. Adepta do Candomblé, Íris Barcellos fala do amor a Ogum, que é festejado todo ano em sua casa de axé com uma feijoada, também distribuída a pessoas carentes.
Como parte das comemorações, serão celebradas missas na igreja do Santo Guerreiro, no bairro de Quintino Bocaiúva, na Zona Norte carioca. Lá, cerca de 1 milhão de pessoas compareceram à festa que começou bem cedo, com a missa da alvorada, às 5 horas da manhã. E, às 9 horas, missa com o cardeal arcebispo dom Orani Tempesta.
Mais tarde, às 16 horas, saiu a procissão que, todo ano, reúne uma multidão de devotos. Ao final do cortejo, á apresentação teatral, seguida de missa encerram os festejos.
Reze para o santo guerreiro
"Ó glorioso São Jorge, neste momento tão difícil da minha vida, eu te suplico para que o meu pedido seja atendido. Ó glorioso São Jorge, ajudai-me a superar todo o desânimo e a alcançar a graça que agora vos peço (faça o seu pedido)".
Oração ao santo
"Ó Deus onipotente, que nos protegeis pelos méritos e as bênçãos de São Jorge. Fazei que este grande mártir, com sua couraça, sua espada e seu escudo, que representam a fé, a esperança e a caridade, esclareça a nossa inteligência, ilumine os nossos caminhos, fortaleça o nosso ânimo nas lutas da vida, dê firmeza à nossa vontade contra as tramas do maligno, para que, vencendo na Terra como São Jorge venceu, possamos triunfar no Céu convosco e participar das eternas alegrias. Amém."
Vestido e armado por São Jorge
"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. São Jorge Rogai por nós. Amém".
