Chefs famosos comemoram, no Dia dos Pais, a alegria de trabalhar ao lado dos filhos, nos restaurantes que fazem a alegria das famílias que preferem a sofisticação ao churrasco de domingo, nos quintais e varandas 'gourmets' de todo o país.
Por Redação, com CNN - do Rio de Janeiro e São Paulo
Ser um grande cozinheiro pode não ser um dom geneticamente herdado, contudo, ter como pai um chef talentoso, ajuda. E como ajuda! Assim como ser filho de um grande maître ou de um restaurateur acaba por desenvolver gosto – e jeitinho – por gente e por comida.
Em homenagem ao Dia dos Pais, uma pauta do especial produzido para o caderno Viagem & Gastronomia da rede norte-americana de TV CNN levou as equipes de reportagem a pais e filhos que compartilham o gosto pela gastronomia. No Dia dos Pais, são eles que fazem a alegria de centenas de famílias que preferem um bom restaurante ao tradicional churrasco nos quintais e varandas gourmets.
'Marravilha!'
Entre os entrevistados, o chef Claude Troisgros vive entre temperos e experiências gastronômicas desde que se entende por gente. A excelência de seu legado, na cozinha, o levou à televisão há mais de uma década. E o filho Thomas, mais discreto, toca o restaurante, “adora criar marcas, como o T.T. Burger, Três Gordos, Tom Ticken e Marola”, lembra a CNN, e complementa: “mais do que pai e filho, a dupla é sócia no Quartier Troisgros, no Itaim Bibi, que hoje conta com Chez Claude, Boucherie, Bar du Quartier e as obras de um restaurante mediterrâneo que abre até o fim do ano”.
— Nasci dentro de um restaurante, as brincadeiras do dia a dia eram na cozinha, onde tinha meu pai, Pierre, e meu tio, Jean, os dois chefs responsáveis pela nova cozinha francesa. Com quatro anos de idade a gente já cortava cebola — relembra Claude, 66.
Há 43 anos no Rio, o sr. ‘Marravilha’ admite:
— Cresci profissionalmente no Brasil e hoje o meu filho é meu braço direito, além do meu sócio em São Paulo.
E o filho concorda:
— Nunca fiquei tenso na cozinha do meu pai. Sempre procurei feedback construtivo, sabendo que às vezes acerto, às vezes erro. Temos paladar parecido e estilos diferentes. É uma troca de energia com respeito mútuo muito prazerosa e com crescimento dos dois lados — comenta seu primogênito, Thomas, 40.
Técnicas
Jefferson Rueda, 45, e o filho mais velho, João Pedro, 16, também falaram à TV norte-americana, na cozinha d’A Casa do Porco, “ou do 7º melhor restaurante do mundo”.
— Comecei a trabalhar n’A Casa do Porco recentemente. Gosto muito de entender e acompanhar o trabalho do meu pai. Além de ficar pelo menos três vezes por semana dentro da cozinha do restaurante, também cozinho muito com ele quando vamos para o Sítio Rueda. Lá, além de me ensinar técnicas, ele me leva pra pescar e limpar os peixes do Rio Pardo, para ver as galinhas… Gosto de assistir o passo a passo na preparação dos pratos. Sempre aprendo muito com ele — disse o aprendiz.
O centro das homenagens, neste domingo, nem tenta disfarçar o brio.
— Para um pai é muito gratificante ver um filho nascer, crescer e agora saber que ele pode acompanhar o dia a dia do restaurante, trabalhando e entendendo a minha profissão. É uma felicidade muito grande. Os funcionários até brincam e falam que ele se parece muito comigo, no jeito, na organização e na maneira de trabalhar — concluiu.