No julgamento, encerrado na noite passada, o TRE rejeitou a prestação de contas de Waiãpi a partir de recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral do Amapá. Segundo a acusação, Waiãpi contratou uma empresa de marketing digital, cerimonial e produção de vídeos pelo valor de R$ 39.454,70, mas apenas R$ 20 mil seriam, de fato, destinados à prestação dos serviços.
Por Redação – de Brasília
Uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá cassou o mandato da deputada indígena Silvia Waiãpi (PL). Por unanimidade, os magistrados a consideraram culpada por uso de recursos públicos do fundo eleitoral para pagar um procedimento de harmonização facial durante a campanha de 2022.
No julgamento, encerrado na noite passada, o TRE rejeitou a prestação de contas de Waiãpi a partir de recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral do Amapá. Segundo a acusação, Waiãpi contratou uma empresa de marketing digital, cerimonial e produção de vídeos pelo valor de R$ 39.454,70, mas apenas R$ 20 mil seriam, de fato, destinados à prestação dos serviços.
O valor restante, R$ 19.454,70, teria sido utilizado para pagamento de outras despesas, entre elas um procedimento estético no valor de R$ 9 mil. A deputada — que nasceu na aldeia da etnia Waiãpi, no Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa — ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto mantém o gabinete na Câmara.
Extrema direita
Em nota, a assessoria da parlamentar informou que ela soube pela imprensa da decisão e disse que as contas já haviam sido aprovadas pelo TRE-AM.
“É estranho que a deputada não tenha sido intimada, tampouco seus respectivos advogados. Agora cumpre aos advogados tomarem ciência do que de fato foi julgado e tomar as medidas cabíveis”, afirmou o gabinete de Waiãpi. A deputada é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Waiãpi foi moradora de rua, vendedora de livros, atriz, atleta, fisioterapeuta e primeira indígena militar. No quartel, passou a incorporar o ideário da extrema direita.