Deflação nos transportes ajuda segurar alta de preços das últimas semanas
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Sexta, 07 de Fevereiro de 2014 às 12:10, por: CdB
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,55% em janeiro deste ano, taxa inferior a dezembro de 2013, que alcançou 0,92%. O índice também foi inferior a janeiro do ano passado, que chegou a 0,86%. O dado foi divulgado nesta sexta-feira, em estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a inflação acumula taxa de 5,59%, portanto dentro da meta do governo federal, que varia de 2,5% a 6,5%.
A queda em janeiro foi provocada principalmente pela deflação (queda de preços) do grupo de despesas transportes (-0,03%). Em dezembro, esse grupo havia tido inflação de 1,85%. Entre os itens que contribuíram para a queda de preços dos transportes estão as passagens aéreas, com deflação de 15,88% em janeiro, depois de uma alta de 20,13% em dezembro de 2013. O grupo de despesas vestuário também teve queda de preços (-0,15%).
Os alimentos também tiveram uma contribuição para a redução da taxa do IPCA em janeiro, já tiveram uma inflação de 0,84% em janeiro, inferior à observada em dezembro (0,89%). Alguns alimentos tiveram, inclusive, queda de preços em janeiro, como o tomate (-10,43%), o feijão-mulatinho (-6,1%), o leite longa vida (-5,61%) e o feijão-preto (-1,08%).
Neste mês, para o cálculo do IPCA foram incluídas duas novas localidades: a região metropolitana de Vitória (ES) e a cidade de Campo Grande (MS). Elas se juntam às outras 11 localidades cuja variação de preços já eram monitoradas pelo IBGE. O IPCA , medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disponibiliza a variação dos preços no comércio para o público final. Além de Vitória e Campo Grande, o indicador reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
É utilizado pelo Banco Central como medidor oficial da inflação do país. O governo usa o IPCA como referência para verificar se a meta estabelecida para a inflação está sendo cumprida. O período de coleta do IPCA vai do dia 1º ao dia 30 ou 31, dependendo do mês. A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista.
São considerados nove grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes e vestuário. Eles são subdivididos em outros itens. Ao todo, são consideradas as variações de preços de 465 subitens.
Transportes
A queda do custo de transporte foi o principal motivo para o recuo da taxa de inflação oficial em janeiro deste ano. Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro em 0,55%, taxa inferior à registrada em dezembro (0,92%). A queda de 0,37 ponto percentual na taxa do IPCA pode ser explicada em grande parte pela deflação (queda de preços) no item transportes, que passou de 1,85%, em dezembro de 2013, para -0,03% em janeiro deste ano. O principal responsável pela queda do custo de transportes foi a redução de 15,88% das passagens aéreas.
– Não temos como afirmar sobre o que provocou a queda do preço das passagens aéreas, mas sabemos que esse não é um comportamento comum em janeiro. Uma hipótese talvez seja o fato do carnaval cair em março neste ano e não houve tanta pressão para emendar as férias com o carnaval, que normalmente cai em fevereiro – disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Outros itens que tiveram impacto na inflação dos transportes em dezembro apresentaram taxas menores em janeiro - como a gasolina, cuja taxa passou de 4,04% em dezembro para 0,6% em janeiro. O etanol também teve um aumento de preço mais moderado, ao passar de uma taxa de inflação de 4,83% para 1,43% no primeiro mês do ano. O custo com vestuário também caiu em janeiro (-0,15%), ajudando a frear a inflação. Em dezembro, esse grupo de despesas havia registrado inflação de 0,8%.
O item alimentos também impactou, de maneira menos relevante, a queda do IPCA em janeiro. Segundo Eulina Nunes dos Santos, a inflação dos alimentos em janeiro (0,84%) ainda pesa no bolso do consumidor. A taxa, no entanto, é menor do que a observada em dezembro (0,89%). Na outra ponta, as despesas pessoais tiveram inflação de 1,72% em janeiro, ante variação de 1% em dezembro, o que evitou uma queda maior da inflação. Entre os itens que registraram aumento de preços em janeiro estão cigarros (7,79%) e empregados domésticos (1,03%).