O custo de vida no Rio de Janeiro e em São Paulo equivale a 55% ao de Nova York, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela consultoria Economist Intelligence Unit, ligada à revista britânica The Economist. As duas cidades brasileiras aparecem empatadas em 109º na lista das mais caras do mundo, em uma pesquisa que compara preços em dólares em 130 cidades e é normalmente usada por empresas para o cálculo dos salários de executivos quando eles são transferidos de seus países de origem.
Para Jon Copestake, um dos autores do estudo, a instabilidade política e econômica dos países da América Latina está impedindo que suas principais cidades figurem entre as 60 mais caras do mundo.
- Problemas de segurança e instabilidade têm um impacto na demanda por produtos, o que por sua vez faz os preços flutuarem substancialmente. Isso é mais acentuado na América Latina, onde muitos países têm suas economias muito influenciadas pelo dólar, que passou os últimos meses em queda - explicou ele.
O estudo foi realizado em setembro de 2004.
Europa
O enfraquecimento do dólar frente ao euro aumentou o custo de vida nas cidades européias. A lista das cidades mais caras do mundo segue encabeçada por Tóquio, Osaka, Oslo, Paris e Copenhague, nesta ordem. Mas Copestake chamou a atenção para o fato de a diferença na avaliação entre as cidades européias e asiáticas ter diminuído em relação ao último relatório.
O estudo toma como base de referência a cidade de Nova York e atribui a ela o número 100.
Oslo, a mais cara da Europa e 3ª do ranking mundial, tem índice 129, ou seja, é 29% mais cara que a cidade americana.
Londres, a 5ª cidade mais cara do continente e 7ª na listagem geral, tem 121.
Tóquio é 41% mais cara que Nova York, enquanto Osaka, também no Japão, tem um índice de 136.
Segundo Copestake, o estudo semestral vem mostando que a maior parte das cidades asiáticas está caindo das dez primeiras posições, o que pode ser resultado da desvalorização do dólar no mercado internacional.
"Hong Kong, por exemplo, sempre esteve entre as 'top 10', mas agora está em 12º lugar. Isso é um reflexo do fato de as economias asiáticas estarem muito ligadas à moeda americana", afirmou.
Além disso, assim como ocorreu no estudo divulgado em agosto de 2004, nenhuma cidade dos Estados Unidos figura entre as 20 primeiras posições, o que é também creditado à queda do dólar.
Nova UE
A pesquisa destaca ainda a ascensão de cidades dos países que se juntaram à União Européia no ano passado.
Praga é a que está mais mais alto no ranking - subiu do 84º para o 73º lugar, acompanhada de Varsóvia (78º) e Budapeste (81º).
Apesar de estarem distantes das cidades da Europa Ocidental e de Moscou, considerada a 32ª mais cara do mundo, essas capitais da "Nova Europa" estão se beneficiando da força do euro frente ao dólar, segundo Copestake.
- O aumento do custo de vida nessas cidades não está tão relacionado à inflação quanto se imagina. Tem mais a ver com o fato de a entrada para a União Européia ter dado a esses países benefícios que fortaleceram suas economias - concluiu.
As cidades mais caras
1. Tóquio
2. Osaka
3. Oslo
4. Paris
5. Copenhague
6. Zurique
7. Londres
8. Genebra/Reykjavík
10. Helsínque
23. Nova York
64. Cidade do México
95. Lima/Bogotá
109. São Paulo/Rio
116. Buenos Aires
Economist Intelligence Unit