Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Crise política pode ter reflexos na expectativa do consumidor, diz FGV

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Sábado, 30 de Julho de 2005 às 07:23, por: CdB

O pessimismo do consumidor, apontado na 20ª Sondagem de Expectativas divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), pode ser um reflexo das turbulências políticas pelas quais o país vem passando. A avaliação é do professor Fernando Holanda, da Escola de Pós Graduação da FGV, para quem a crise "pode afetar a política econômica do país, pode induzir a mudanças na economia" e, conseqüentemente, afetar a percepção dos consumidores para os próximos seis meses.

Holanda ressaltou que a política econômica vem sendo conduzida pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mas "o fiador, certamente, é o presidente da República, que a despeito de todas as críticas do PT ou de fora do PT, manteve essa política, que certamente, está levando o país no rumo correto".

O professor disse concordar com as declarações do presidente Lula, nessa semana, de que a política econômica do governo não é populista: "É uma política centrada na recuperação da economia brasileira". E avaliou que somente um impacto na crise política que provocasse mudanças nos pilares de sustentação da política econômica seria capaz de alterar o quadro do país: "Os pilares são a manutenção do superávit primário adequando, uma política do Banco Central que tenha como objetivo controlar a inflação e por outro lado um câmbio flexível. Qualquer tipo de mudança neste tipo de arquitetura que temos aí, certamente, iria contaminar a economia brasileira", afirmou.

Esse efeito na economia, acrescentou, seria confirmado também se houvesse uma percepção clara de que a crise política pode afetar o núcleo do poder da política econômica, que para ele é o presidente da República. Na opinião de Holanda, a economia vai recuperar o nível de atividades do país, que está com as taxas de juros sem sofrer novas altas e com tendência de queda da taxa de inflação.

Uma comprovação disso, segundo ele, é que há três meses o consumidor estima taxas menores para a inflação em 2005. Na edição da Sondagem desse mês a estimativa é de 8,6%. Em maio era de 9% e em junho, de 8,7%.

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