Lecornu havia sido empossado em 9 de setembro, no lugar de François Bayrou, porém era alvo de críticas à esquerda e à direita depois de ter anunciado a composição de seu governo.
Por Redação, com ANSA – de Paris
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, menos de um mês após ter sido nomeado pelo presidente Emmanuel Macron, tornando-se o premiê mais breve da história do país.

Lecornu havia sido empossado em 9 de setembro, no lugar de François Bayrou, porém era alvo de críticas à esquerda e à direita depois de ter anunciado a composição de seu governo no domingo, que reproduzia quase na íntegra o gabinete de seu antecessor.
Ele deveria fazer seu primeiro pronunciamento à Assembleia Nacional nesta terça-feira, porém a renúncia aprofunda uma crise política sem precedentes na França moderna.
– Não havia condições para eu permanecer como primeiro-ministro – declarou Lecornu em um discurso, culpando a “intransigência” da oposição nas negociações para a formação do governo.
– A formação do governo não foi tranquila e despertou certos apetites partidários ligados à próxima eleição presidencial [em 2027]. Cada partido político queria que o outro adotasse todo o seu programa – ressaltou.
Novas eleições legislativas
Lecornu foi o quinto premiê no segundo mandato de Macron, iniciado em 2022, enquanto cresce a pressão para o presidente convocar novas eleições legislativas ou até mesmo renunciar ao cargo.
– Após a renúncia de Sébastien Lecornu, pedimos a análise imediata de uma moção para a destituição de Emmanuel Macron – disse o líder do partido da esquerda radical França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon.
“Estamos no fim da linha, a farsa já durou tempo demais”, fez coro a líder de extrema direita Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional (RN), pedindo a dissolução da Assembleia Nacional para a convocação de eleições antecipadas.
Macron já usou esse instrumento em 2024, mas o pleito não produziu um Parlamento dividido entre três blocos — a esquerda de Mélenchon, o centro de Macron e a extrema direita do (RN) — que não dialogam entre si, sem que nenhum tenha maioria no Legislativo.