Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Crise na Americanas se soma a outras ameaças ao emprego neste ano

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Terça, 24 de Janeiro de 2023 às 13:58, por: CdB

No caso da Americanas, o principal desafio é manter a operação de 3,6 mil lojas em 900 cidades e de um marketplace com 150 mil sellers (vendedores) com o caixa limitado a R$ 800 milhões - na data do pedido de recuperação judicial.

Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
Ao ingressar com pedido de recuperação judicial na última quinta-feira, a Americanas usou como um dos argumentos à Justiça a necessidade de preservação de cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos. Não há ainda informações de cortes na empresa varejista, mas a ameaça se soma a uma série de notícias recentes de fechamentos de fábricas e de demissões em empresas brasileiras.
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As Lojas Americanas estão entre as varejistas mais populares do país
É uma perspectiva que começa a fazer parte das análises não só de economistas, com impacto nas projeções de consumo, como das empresas afetadas, em busca de aliviar a pressão de custos. No caso da Americanas, o principal desafio é manter a operação de 3,6 mil lojas em 900 cidades e de um marketplace com 150 mil sellers (vendedores) com o caixa limitado a R$ 800 milhões - na data do pedido de recuperação judicial. Há também a desconfiança crescente de bancos que costumavam fornecer capital de giro, de fornecedores e sellers que vendiam produtos e dos próprios clientes.

Fábrica fechada

O movimento de demissões e redução de custos tem sido abrangente nos principais setores. Na última semana, o Méliuz, plataforma digital de serviços financeiros, anunciou a demissão de 59 profissionais, o equivalente a 6% do quadro pessoal, alegando a necessidade de buscar garantir a saúde financeira diante de um cenário econômico desafiador e incerto. No varejo, o principal movimento neste mês foi feito pela Guararapes, controladora das lojas Riachuelo que contratou o Safra em busca de um sócio investidor. O grupo anunciou o fechamento de uma fábrica em Fortaleza, no Ceará, e em decorrência dessa decisão, demitiu 2 mil funcionários no último dia 10. Os cortes refletem, por um lado, o enfraquecimento dos negócios, mas, por outro, uma medida mais drástica que pode conter o avanço de custos e preservar as margens de lucro dos acionistas. Os papéis da Guararapes acumulam queda perto de 50% em 12 meses, sendo desvalorização de cerca de 15% em janeiro.

Turismo

Outra indústria afetada foi a multinacional de alimentos General Mills, dona das marcas Yoki, Kitano e Häagen Dazs. A empresa decidiu fechar a maior unidade da Yoki no Paraná, no município de Cambará, segundo nota há duas semanas. A desativação da fábrica, que deve ocorrer até o final do ano, vai representar o corte de 750 vagas de empregos diretos e cerca de 300 indiretos. Já a CVC, maior empresa de turismo do país, demitiu cerca de 100 funcionários, o que representa 4% de sua folha de pagamento, também há duas semanas. Os cortes atingiram principalmente áreas como TI (com redução de trabalhadores terceirizados) e em áreas de suporte. A Toyota também se prepara para o fechamento de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, em decisão anunciada em 2022. Está prevista a transferência de 200 dos 550 empregados para outras unidades da montadora japonesa no estado de São Paulo, em Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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