O mandatário neofascista afirmou que a ajuda do governador Zema (Novo) é "essencial" e "decisiva" para que vença as eleições. E o governador, por sua vez, sustentou que persistem as divergências com o chefe do Executivo, mas que no segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado para evitar uma vitória do ex-presidente Lula.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Apenas algumas horas depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamar o resultado oficial do primeiro turno das eleições brasileiras, nesta terça-feira, tanto o candidato neofascista Jair Bolsonaro (PL) quanto o adversário de centro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reúnem o apoio de líderes políticos, legendas partidárias e mesmo de seus concorrentes. Pela manhã, o governador reeleito Romeu Zema (Novo-MG) anunciou o apoio à reeleição de Bolsonaro (PL).
O mandatário afirmou que a ajuda de Zema é "essencial" e "decisiva" para que vença as eleições. E o governador, por sua vez, sustentou que persistem as divergências com o chefe do Executivo, mas que no segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado para evitar uma vitória do ex-presidente Lula.
— Sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro, sabemos que em muitas coisas convergimos e em outras, não, mas é momento em que Brasil precisa caminhar para frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário — afirmou o mineiro.
Simone Tebet
A movimentação também ocorreu do lado petista. Em horário semelhante ao encontro entre Bolsonaro e Zema, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno da disputa presidencial, garantiu seu apoio à candidatura petista. Ainda nas primeiras horas desta terça-feira, Tebet e Lula conversaram por telefone, em uma ligação intermediada pela mulher do petista, a socióloga Rosângela da Silva, a ‘Janja’.
Durante a conversa, comprometeram-se de agendar um encontro entre eles, o que deverá ocorrer logo após a divulgação do apoio oficial da legenda, o MDB, à campanha lulista. Interlocutores da emedebista também revelaram que Tebet recebeu uma ligação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula.
Fato mais comentado do dia, no entanto, o PDT divulgou seu apoio à candidatura do ex-presidente, no segundo turno. O presidente da sigla, Carlos Lupi, adiantou que Ciro Gomes (PDT) "endossa integralmente" a decisão do partido.
— Eu falo pelo partido, ele participou da reunião e disse que endossa integralmente a decisão do partido — garantiu Lupi.
Ciro Gomes
A confirmação do apoio de Gomes à campanha de Lula aconteceu em seguida, em um vídeo divulgado por ele, nas rede sociais. Na gravação, o candidato derrotado não poupa críticas a Bolsonaro e a Lula, mas garante que respeita a decisão do PDT.
Em sua breve declaração, o ex-governador do Ceará não adiantou se participará, ativamente, da arrancada final petista. Quanto a Lupi, questionado sobre como procederá a aliança após uma intensa campanha de ataques de Ciro Gomes a Lula no primeiro turno, Lupi amenizou e lembrou da união de Leonel Brizola - líder histórico do PDT - e Lula em outros momentos da história, mesmo entre duras críticas entre ambos.
— O processo político às vezes se acirra de uma maneira... Eu vivenciei isso com o Brizola com o Lula, lá em 1989. Era uma coisa muito forte. Isso não impediu o Brizola de estar com o Lula na campanha. O processo político às vezes descamba, no calor da emoção. Agora, partido existe para isso. Quando ele se reúne e decide, todos seus filiados têm que acatar essa decisão que o partido toma — concluiu.