Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Corpo diplomático mexicano deixa o Equador, após agressão

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Domingo, 07 de Abril de 2024 às 17:43, por: CdB

Na última sexta, uma invasão sem precedentes a uma embaixada na região foi o estopim da crise diplomática entre os dois países, que já se intensificava nos dias anteriores.


Por Redação, com agências internacionais - de Quito

Diplomatas do México no Equador retornam a seu país de origem neste domingo, após a embaixada em que atuavam, em Quito, ser invadida por policiais na última sexta-feira.

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O chefe da embaixada do México, em Quito, foi violentamente agredido pela polícia equatoriana


"Nossos funcionários diplomáticos deixam tudo no Equador e voltam para casa com a cabeça erguida e o nome do México elevado", afirmou a secretaria das Relações Exteriores mexicana, Alicia Bárcena, na rede social X. Na véspera, ela havia especificado que a delegação mexicana retornaria em um voo comercial.

De acordo com a pasta, países aliados apoiaram o trajeto dos funcionários até o aeroporto da capital "para garantir a integridade" da delegação.

 

Solidariedade


"Agradecemos aos embaixadores da Alemanha, do Panamá, de Cuba e de Honduras, ao presidente da Câmara Equador-México e ao restante do pessoal diplomático por sua solidariedade com o povo do México", afirmou a secretaria pelo X.

Na última sexta, uma invasão sem precedentes a uma embaixada na região foi o estopim da crise diplomática entre os dois países, que já se intensificava nos dias anteriores. Agentes encapuzados a bordo de carros blindados entraram na embaixada mexicana para retirar à força o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que se refugiava no local para evitar o cumprimento de um mandado de prisão.

A operação fez o México anunciar o rompimento das relações com o Equador, que recebeu uma onda de repúdio de outros países da região. Países como Brasil, Venezuela, Cuba, Bolívia, Honduras, Chile e Panamá condenaram a ação, e a Nicarágua também anunciou a ruptura das relações diplomáticas com Quito.

 

Direito


Ainda neste domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "alarmado" pela invasão e reafirmou a importância de manter a inviolabilidade de locais diplomáticos. Segundo ele, esses espaços deveriam ser respeitados "em todos os casos, em conformidade com o direito internacional".

"O secretário-geral afirmou que violações desse tipo colocam em risco a manutenção das relações internacionais, que são fundamentais para o avanço da cooperação entre os Estados", disse o porta-voz Stéphane Dujarric em um comunicado.

A Convenção de Viena, assinada pelo Equador em 1961, determina que os países signatários devem tomar todas as medidas para proteger a missão diplomática de outras nações em seu território e que seus prédios e propriedades são imunes a buscas e apreensões.

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