Trata-se da quinta elevação consecutiva da Selic, que deverá voltar a subir na próxima reunião do Copom. Em linha com a edição mais recente do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal com analistas do mercado financeiro, a taxa básica passou de 13,25% para 14,25% ao ano.
Por Redação – de Brasília
Pressionado pelo preço dos alimentos e da energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, em mais 1 ponto percentual nesta quarta-feira. A reunião é a segunda sob o comando do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Trata-se da quinta elevação consecutiva da Selic, que deverá voltar a subir na próxima reunião do Copom. Em linha com a edição mais recente do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal com analistas do mercado financeiro, a taxa básica passou de 13,25% para 14,25% ao ano, o que consolida a marca do Brasil como um dos países com a maior taxa de juros do mundo.
No comunicado da última reunião, em janeiro, o Copom confirmou que elevaria os juros básicos em 1 ponto percentual nesta reunião. Segundo o comitê, o agravamento das incertezas externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado justificam o aumento dos juros básicos no início de 2025.
Inflação
O Copom anunciou a decisão no fim do dia, depois que o mercado financeiro encerrou sua sessão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.
Na ata da reunião anterior, o Copom alertou para o prolongamento do ciclo de alta da Taxa Selic. Segundo o BC, o cenário de inflação de curto prazo segue adverso, principalmente em razão do aumento nos preços dos alimentos. Mantido esse cenário, o comitê aponta que a inflação deve ficar acima da meta pelos próximos 6 meses.
Segundo o último ‘Boletim Focus’, a estimativa de inflação para 2025 está em 5,66%, contra 5,6% há quatro semanas. Isso representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. O Copom reúne-se a cada 45 dias.