Entre os demais argumentos favoráveis ao contrato, foi citado que o CHS vem perdendo profissionais de saúde para a prestação de serviços, e que tem caído o número de leitos e de condições para que as unidades da área de saúde promovam ensino de qualidade.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu na segunda-feira que vai assinar contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para a administração de três unidades do Complexo Hospitalar e da Saúde (CHS) por 20 anos.
Serão geridos pela Ebserh o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade-Escola (ME). Segundo a universidade, outras unidades do CHS serão incorporadas em etapas posteriores.
A votação aconteceu de maneira remota e foi transmitida pelo canal da universidade no Youtube. A forma de votação e o tempo reduzido para debates foram alvo de críticas de parte dos conselheiros. O resultado foi de 35 votos a favor e 13 contrários, o que representou 73% e 27% dos votos, respectivamente. A sessão foi conduzida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que defendeu a assinatura do contrato, por entender que ela conta com o apoio da maioria dos professores titulares e eméritos da instituição.
– A Ebserh tem recursos dos ministérios da Saúde e da Educação, podendo nos ajudar a liberar os 80 milhões que hoje usamos de nossa verba de custeio dos hospitais – defendeu Medronho.
Entre os demais argumentos favoráveis ao contrato, foi citado que o CHS vem perdendo profissionais de saúde para a prestação de serviços, e que tem caído o número de leitos e de condições para que as unidades da área de saúde promovam ensino de qualidade.
– A população e os alunos vão se beneficiar. A Ebserh colocou leitos de alta complexidade. Vamos formar pessoal com cada vez mais capacidade de levar o desenvolvimento e a pesquisa. Entendo que a Ebserh é necessária tanto do ponto de vista da sociedade em geral, como dos alunos de medicina, formação de pessoal, inclusive com a liberação de recursos para a universidade se desenvolver. Já deveríamos ter feito isso há muito tempo – disse o conselheiro Celio Albano da Costa Neto.
Qualidade dos serviços da Universidade
Aqueles que se mostraram contrários à assinatura citaram como problemas a perda de autonomia universitária, o fim dos servidores públicos nas unidades de saúde nos próximos anos, a queda na qualidade dos serviços da Universidade, a redução do número de leitos e o tempo insuficiente para debater o contrato com a Ebserh.
– Não existe nenhuma garantia que a Ebserh vai trazer mais orçamento e melhorar os vínculos empregatícios dentro do nosso hospital. Existe uma grande ameaça para a nossa autonomia universitária. Coisa tão cara, conquistada com tanto suor e luta de vários que fizeram com que a UFRJ exista e esteja de pé. (Esse contrato) desmembra o nosso complexo hospitalar e fragiliza a nossa democracia interna – disse a conselheira Giovanna Almeida Tavares.