Até o momento, 12 pessoas foram presas. Entre elas, o PM Bruno da Cruz Sousa e Robson Esteves de Oliveira, assessor especial da prefeitura de Petrópolis, infiltrado no poder público pelo CV.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Uma ação da Polícia Civil e do MP contra a expansão do CV (Comando Vermelho) teve tiroteios desde a madrugada desta quinta-feira no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio.

Ao menos 14 escolas foram impactadas, segundo informações da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria de Estado de Educação do Rio.
Na ação, que conta com o apoio de ao menos dois helicópteros e de veículos blindados, os agentes cumpriram 18 mandados de prisão. Até o momento, 12 pessoas foram presas. Entre elas, o PM Bruno da Cruz Sousa e Robson Esteves de Oliveira, assessor especial da prefeitura de Petrópolis, infiltrado no poder público pelo CV.
As investigações indicam que o PM Bruno da Cruz Sousa recebia dinheiro para repassar informações à facção sobre onde local de operações. Ele também é acusado de facilitar a logística do tráfico. O policial atuava no 20º BPM (Mesquita), na Baixada Fluminense.
Já Robson Esteves de Oliveira trabalhava há anos na Secretaria de Serviços da prefeitura de Petrópolis. Procurada, a administração municipal disse que não tinha conhecimento das atividades ilícitas, exonerou o servidor e informou que irá colaborar com as investigações. O site Agenda do Poder não localizou os advogados do PM preso ou do assessor.
Cerca de R$ 700 mil em bens foram bloqueados. Segundo os agentes, o patrimônio foi usado para sustentar atividades ilícitas.
– Estamos enfrentando o crime organizado com firmeza, atingindo não apenas os criminosos, mas também o patrimônio que sustenta as facções. Não vamos recuar. Vamos continuar trabalhando pela segurança da população da Região Serrana e de todo o Estado.
Cláudio Castro, governador do Rio
Os criminosos na mira das investigações são apontados como os responsáveis pela expansão da facção do conjunto de favelas principalmente para Petrópolis.
As investigações identificaram 55 envolvidos no esquema, revelando que o líder da organização, seu braço direito e outros comparsas estavam escondidos no Parque União, uma das favelas da Maré, onde também há ação dos agentes envolvidos na operação.
Eles são responsáveis por coordenar a logística de transporte dos entorpecentes. O material ilícito é transportado da capital para a Região Serrana, sendo redistribuído em diferentes áreas de Itaipava, cada qual sob a responsabilidade de gerentes locais.
De acordo com os agentes, o grupo também exercia o controle territorial e aplicava regras violentas à comunidade, impondo medo e repressão a quem se opunha à facção.
Vídeos mostram confrontos envolvendo helicópteros
Vídeos feitos por pessoas que passavam do local em veículos em frente à favela e por moradores nas janelas de suas casas mostram o confrontos envolvendo os helicópteros.
Em um deles, é possível ver uma creche em frente ao imóvel e o som dos tiros na direção das aeronaves, que dá rasantes no território. “Vai cair, cara! Vai cair”, diz uma mulher. Em outro, feito de um coletivo, um passageiro diz: “Dois helicópteros”.