Segundo a economista Viviane Bittencourt, houve um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo, heterogeneidade que "torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras" da confiança do consumidor.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A confiança do consumidor brasileiro teve leve queda em abril, em meio a cenário misto entre as diferenças faixas de renda, o que eleva a incerteza sobre a trajetória futura do sentimento, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira. O Índice de Confiança do Consumidor da FGV cedeu 0,2 ponto neste mês, para 86,8 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos consumidores sobre o momento atual, teve variação positiva de 0,1 ponto, para 72,1 pontos, máxima desde outubro de 2022 (74,5). Essa leitura foi compensada, no entanto, por queda de 0,4 ponto do Índice de Expectativas (IE), para 97,6 pontos.
— A confiança dos consumidores acomodou em abril em patamar considerado baixo em termos históricos — disse a economista Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, a jornalistas.
Juros altos
Segundo Bittencourt, houve um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo, heterogeneidade que "torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras" da confiança do consumidor.
A piora das expectativas entre a população mais pobre pode "estar relacionada a um alto endividamento das famílias (…) junto com um aumento das perspectivas de inflação para os próximos meses e dificuldade de acesso ao crédito", acrescentou Bittencourt, diante um cenário em que os juros praticados no Brasil são os mais altos do mundo.