Aos 80 anos, Stiglitiz já integrou o Conselho de Assessores Econômicos dos Estados Unidos no governo de Bill Clinton entre 1997 e 2000. No ano seguinte, recebeu a premiação da Suécia com teorias críticas ao neoliberalismo.
Por Redação - de Brasília
O economista norte-americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, lembrou na véspera da reunião do Banco Central que define a taxa Selic, durante seminário do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que a política de juros do Brasil é contraproducente e equivale a uma sentença de morte à economia brasileira. A intervenção repercutiu junto ao BC, nesta quarta-feira, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil.
Aos 80 anos, Stiglitiz já integrou o Conselho de Assessores Econômicos dos Estados Unidos no governo de Bill Clinton entre 1997 e 2000. No ano seguinte, recebeu a premiação da Suécia com teorias críticas ao neoliberalismo.
— As ideias econômicas centrais nos últimos 40 anos estão sendo revistas e desacreditadas. A razão é que o crescimento esteve lento na era neoliberal e todos os benefícios gerados foram para as elites econômicas. Há 40 anos de evidências de que o neoliberalismo é segregador de riqueza. O crescimento da desigualdade torna óbvio que é necessário alternativas às políticas monetárias. O Brasil tem sobrevivido apesar da sentença de morte, porque o Brasil tem bancos de desenvolvimento que proveram juros baixos — afirmou Stiglitz.
Capitalismo
Ainda segundo o prêmio Nobel, “os juros altos são contraproducentes, pois podem levar a mais inflação, aumentam o custo da dívida pública e reduzem os recursos do governo para investimentos necessários ao crescimento econômico”.
O economista André Lara Resende, que abriu o painel sobre a experiência internacional, no seminário do BNDES, destacou que a crise das economias avançadas em 2008 e, também, o pós-pandemia forçaram a revisão das teorias macroeconômicas.
— Para retirar o país da estagnação, é necessário conceber que o Estado é parte do projeto, não há como suprimir o Estado, não existe capitalismo sem o Estado competente — resumiu Lara Resende.