Apesar dos danos causados, não houve vítimas. Ao menos um dos veículos pegou fogo, enquanto outro ficou gravemente danificado após ambos serem alvejados por drones e artilharia russa.
Por Redação, com ANSA – de Kiev
As autoridades ucranianas denunciaram nesta terça-feira que um ataque russo atingiu um comboio de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade de Bilozerka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia.

Apesar dos danos causados, não houve vítimas. Ao menos um dos veículos pegou fogo, enquanto outro ficou gravemente danificado após ambos serem alvejados por drones e artilharia russa, conforme informações das autoridades locais.
De acordo com o governador da região, Oleksandr Prokudin, o ataque ocorreu na manhã desta terça-feira e foi considerado “deliberado”. O comboio era composto por quatro veículos brancos, todos identificados com o emblema da ONU, transportando várias toneladas de suprimentos destinados à população civil.
Prokudin classificou o fato de ninguém ter se ferido como “milagroso” e condenou o ataque como mais um ato de “terrorismo” por parte da Rússia.
O comboio carregava cerca de 800 pacotes individuais contendo itens essenciais, como alimentos e produtos de higiene, destinados principalmente a idosos, mulheres e meninas.
Jacqueline Mahon, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), ressaltou que a região abriga uma alta proporção de pessoas idosas, muitas delas isoladas e completamente dependentes da ajuda humanitária, devido à constante ameaça de bombardeios e ataques de drones.
– Frequentes cortes de energia, além dos danos aos sistemas de eletricidade, aquecimento e abastecimento de água, agravam ainda mais a vulnerabilidade dessas pessoas – afirmou Mahon.
ONU
Após o ataque, a ONU reagiu rapidamente, condenando a ofensiva como “totalmente inaceitável”.
O coordenador humanitário da ONU para a Ucrânia, Matthias Schmale, enfatizou que “trabalhadores humanitários são protegidos pelo direito internacional e nunca devem ser alvos de ataques”.
Por sua vez, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, condenou veementemente o ataque russo ao comboio, que também contava com um italiano. O cidadão do “Belpaese” felizmente escapou ileso.
– Os ataques a civis, hospitais e, agora, a trabalhadores humanitários são inaceitáveis. A Rússia deve cessar sua violência e começar a agir com responsabilidade. Minha solidariedade à ONU, sua equipe e ao povo ucraniano – escreveu o chanceler italiano no X.
A região de Kherson, dividida pelo rio Dnipro, é atualmente uma das linhas de frente mais ativas do conflito. Tropas russas controlam a margem oriental do rio, e combates intensos ocorrem quase diariamente em ambas as margens.