Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Chuvas causam destruição e mortes na Alemanha

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Quinta, 15 de Julho de 2021 às 11:32, por: CdB

Ao menos 42 pessoas morrem após chuvas, enchentes e desabamento de casas no oeste do país. "Nunca vimos uma catástrofe assim", diz governadora. Merkel manifesta solidariedade a familiares das vítimas.

Por Redação, com DW - de Berlim

Fortes chuvas e enchentes deixaram ao menos 42 mortos e dezenas de desaparecidos no oeste da Alemanha, informou a polícia nesta quinta-feira. Os Estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Renânia-Palatinado foram os mais afetados.
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Hagen, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, foi duramente atingida
A situação é particularmente grave no pequeno município de Schuld, na Renânia-Palatinado. Entre 50 e 70 pessoas estavam desaparecidas na cidade na manhã desta quinta-feira. Seis casas desabaram durante a noite com a força das águas, e outras dezenas estão em risco. As autoridades locais decretaram Estado de catástrofe. Todo o distrito administrativo de Ahrweiler, onde fica Schuld, foi afetado pelas chuvas, e 18 mortes foram registradas na região. Várias localidades ficaram isoladas devido às enchentes. Cerca de 50 pessoas refugiadas sobre telhados ainda aguardavam resgate na manhã desta quinta. A polícia disponibilizou um número de telefone de emergência para o registro de desaparecidos e pediu que moradores enviassem vídeos e fotos que pudessem auxiliar nas buscas. Helicópteros foram acionados para os trabalhos de resgate. Cerca de 200 soldados também ajudam nas operações. Autoridades pediram que as pessoas ficassem em casa sempre que possível e, se necessário, permanecessem em andares mais altos das residências, alertando que a situação é muito séria. – Nunca tínhamos visto uma catástrofe assim. É realmente devastador – afirmou a governadora da Renânia-Palatinado, Malu Dreyer. Ela agradeceu a todos os socorristas por seu empenho. No Estado vizinho da Renânia do Norte-Vestfália, dois bombeiros morreram durante trabalhos de resgate nas cidades de Altena e Werdohl. Em Solingen e no distrito de Unna, dois homens, de 82 e 77 anos, morreram em porões alagados. Em Colônia, duas pessoas também foram encontradas mortas em seus porões. Outras tês mortes foram registrada em Rheinbach, perto de Bonn. No distrito administrativo de Euskirchen, no sul do Estado, ouve ao menos 15 mortes. Algumas localidades estão isoladas, e as comunicações foram afetadas, incluindo o número de emergência dos bombeiros. Autoridades informaram que operações de resgate seguem em curso. Também foram bastante atingidas as cidades de Hagen, assolada pela enchente do rio Volme, um afluente do Ruhr, e Wuppertal, onde uma represa transbordou. Nos arredores de outra barragem, de Bevertal, mais de mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Várias regiões também foram afetadas por quedas de energia. A operadora Westnetz afirmou que ao menos 200 mil pessoas estavam sem luz na Renânia do Norte-Vestfália e na Renânia-Palatinado na manhã desta quinta. A situação é tão catastrófica que a empresa ferroviária Deutsche Bahn aconselhou viajantes a evitarem a Renânia do Norte-Vestfália. Rodovias também foram afetadas.

Merkel se diz chocada com a catástrofe

A chuva parou na manhã desta quinta-feira, e em muitos locais começaram os trabalhos de limpeza. De acordo com o Serviço Meteorológico Alemão (DWD, na sigla em alemão), o clima permanecerá instável nos próximos dias, com mais chuvas e tempestades. Em visita a Washington, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, se manifestou sobre a tragédia na Alemanha. "Estou chocada com a catástrofe que tantas pessoas nas áreas inundadas têm que suportar", disse Merkel, segundo um tuíte do porta-voz do governo, Steffen Seibert. – Minha solidariedade vai para os parentes dos mortos e desaparecidos. Agradeço de coração aos muitos ajudantes incansáveis e trabalhadores de emergência – prosseguiu a chanceler.

Meteorologistas

Meteorologistas alemães afirmam ser possível que as chuvas torrenciais que deixaram um rastro de destruição na Alemanha sejam uma consequência do aquecimento global. As autoridades locais decretaram estado de catástrofe. – Podemos constatar um acúmulo de tais fenômenos climáticos – afirma o meteorologista Mark Eisenmann, da emissora pública de TV alemã ARD, em entrevista ao portal tagesschau.de. "E certamente também se devem às mudanças climáticas", acrescenta o especialista.

Maior evaporação

– Dois efeitos do aquecimento global influenciam a frequência com que ocorrem tais eventos extremos – diz Peter Hoffmann, do Instituto para Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam, na Alemanha. Ele explica que mais água evapora em temperaturas mais altas, e a atmosfera mais quente pode acumular mais umidade, o que favorece grandes quantidades de precipitação. Por outro lado, as condições meteorológicas persistem por mais tempo em uma região. Mesmo que a quantidade total de chuvas na Alemanha tenha mudado pouco nas últimas décadas, há evidências de que a mesma quantidade de chuva vem do céu em menos dias do ano. "Quando há chuva, ela é mais intensa", diz Hoffmann. O meteorologista Bernhard Pospichal, da Universidade de Colônia, acredita ser possível que no futuro tais fenômenos se tornem mais frequentes, à medida em que a mudança climática continuar progredindo. – Existem muitos indícios de que os extremos estão ficando mais fortes. Tanto os períodos de seca quanto os eventos de forte precipitação – explica ele, em entrevista publicada pelo jornal Kölner Stadt-Anzeiger.
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