Quarta, 16 de Fevereiro de 2022 às 09:49, por: CdB
Xi encorajou todas as partes envolvidas a resolverem a crise por meio do diálogo e a fazerem pleno uso de plataformas multilaterais, incluindo no "formato Normandia", um agrupamento informal criado por diplomatas franceses, alemães, russos e ucranianos em 2014, segundo a imprensa estatal.
Por Redação, com Reuters - de Pequim/Moscou
O presidente da China, Xi Jinping, em um telefonema nesta quarta-feira com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, pediu uma solução política para a crise na Ucrânia, noticiou a imprensa estatal chinesa.
Xi encorajou todas as partes envolvidas a resolverem a crise por meio do diálogo e a fazerem pleno uso de plataformas multilaterais, incluindo no "formato Normandia", um agrupamento informal criado por diplomatas franceses, alemães, russos e ucranianos em 2014, segundo a imprensa estatal.
Apoio
O presidente chinês também disse a Macron que a China apoiará mais bancos e instituições financeiras francesas a participarem do sistema de pagamento transfronteiriço em iuan, a moeda nacional chinesa, de acordo com as reportagens.
Ambos os líderes também concordaram em aprofundar a cooperação entre as companhias aéreas, acrescentaram as notícias.
Retirada russa é vista com ceticismo na Otan
A Rússia disse que mais forças que cercam a Ucrânia estavam se retirando nesta quarta-feira, mas a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pediu que Moscou prove que está recuando, dizendo que há sinais de que mais tropas estão a caminho.
O Reino Unido se juntou aos Estados Unidos ao afirmar que ainda não estava convencido de que a retirada era real, enquanto que na Ucrânia o Ministério da Defesa disse que um ataque cibernético sem precedentes está em seu segundo dia. A Rússia disse que não tem nada a ver com qualquer ataque.
O Ministério da Defesa russo publicou um vídeo que mostrava tanques, veículos de combate de infantaria e unidades de artilharia autopropulsoras deixando a península da Crimeia, que Moscou tomou da Ucrânia em 2014.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que uma retirada seria bem-vinda, mas que a movimentação de tropas não confirmou isso.
– Resta ver se há uma retirada russa... O que vemos é que eles aumentaram o número de tropas, e mais tropas estão a caminho – disse ele a repórteres no início de uma reunião de dois dias de ministros da Defesa da Otan na sede da aliança em Bruxelas.
A mobilização na península da Crimeia foi parte de um enorme acúmulo de forças russas ao norte, leste e sul da Ucrânia desde novembro, que levou Londres e Washington a alertar nos últimos dias que uma invasão russa parecia iminente.
A Rússia zombou desses avisos como propaganda de guerra histérica quando anunciou, na terça-feira, que algumas unidades estavam começando a retornar à base após a conclusão de exercícios militares. Nesta quarta-feira, o Kremlin disse que a Otan estava errada ao dizer que não havia evidências de uma retirada e que o presidente russo, Vladimir Putin, havia enfatizado seu desejo de negociar.
Analistas militares dizem que um indicador importante de uma retração significativa será se as unidades do extremo leste da Rússia, que estão participando de grandes exercícios em Belarus nesta semana, retornarão às suas bases a milhares de quilômetros de distância.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na terça-feira que mais de 150.000 soldados russos ainda estão reunidos perto das fronteiras com a Ucrânia. Ele afirmou que Washington ainda não havia verificado qualquer retirada.
– Nossos analistas indicam que eles permanecem em uma posição muito ameaçadora – disse ele.
O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, declarou à Times Radio nesta quarta-feira: "Não vimos nenhuma evidência no momento dessa retirada".
Falando separadamente à BBC, ele disse: "As observações físicas que vemos mostram o oposto de algumas das recentes retóricas que saem do Kremlin".