“A guerra na Ucrânia, agravada pelos ataques da semana passada em Israel, pode ter impactos de longo alcance nos mercados de energia e alimentos, no comércio global e nas relações geopolíticas”, acrescentou.
Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA
O executivo de uma das maiores instituições financeiras mundiais Jamie Dimon alertou para sérios riscos geopolíticos enquanto Israel se preparava para uma invasão terrestre em Gaza, nesta sexta-feira. “Este pode ser o período mais perigoso que o mundo viu em décadas”, disse o CEO do JPMorgan Chase no comunicado de resultados do terceiro trimestre.
“A guerra na Ucrânia, agravada pelos ataques da semana passada em Israel, pode ter impactos de longo alcance nos mercados de energia e alimentos, no comércio global e nas relações geopolíticas”, acrescentou.
Durante uma conversa com jornalistas, Dimon observou ainda que a empresa estava profundamente entristecida pelos ataques e “pela subsequente derramamento de sangue e guerra”. Ele se recusou a comentar quando questionado sobre a controvérsia em torno da resposta da Universidade de Harvard, em que estudou na escola de negócios.
“Enquanto esperamos o melhor, preparamos a empresa para uma ampla gama de desfechos para que possamos atender consistentemente os clientes, independentemente do ambiente”, afirmou Dimon no comunicado.
Expectativas
Dimon falou depois que o exército israelense instou à evacuação do norte de Gaza em preparação para uma possível invasão terrestre na região controlada pelo Hamas. As Nações Unidas alertaram para uma catástrofe, afirmando que seria impossível mover cerca de um milhão de pessoa.
Em seu balanço do terceiro trimestre, o JPMorgan Chase (JPM) registrou recorde de receita de juros líquida (net interest income ou NII) e elevou sua previsão para o ano, à medida que a empresa se beneficia de taxas de juros mais altas e de sua aquisição do First Republic Bank.
A receita de juros líquida foi de US$ 22,9 bilhões nos três meses encerrados em 30 de setembro, acima das expectativas dos analistas. O maior banco dos Estados Unidos disse que agora espera gerar US$ 88,5 bilhões dessa fonte de receita este ano.
“Reconhecemos que esses resultados se beneficiam de nossa super-receita tanto na receita de juros líquida quanto nos custos de crédito abaixo do normal, ambos os quais se normalizarão com o tempo”, afirmou o CEO Jamie Dimon, no comunicado.
Wells Fargo
O CEO alertou também que as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio podem ter consequências de longo alcance. “Este pode ser o período mais perigoso que o mundo viu em décadas”, disse ele.
Os resultados da JPMorgan refletem ganhos semelhantes do Wells Fargo (WFC), que divulgou na sexta-feira que a receita de juros líquida - a diferença entre o que um banco ganha com empréstimos e o que paga em depósitos - também superou as estimativas.
Os balanços do terceiro trimestre oferecem a visão mais recente do desempenho econômico dos consumidores e empresas dos EUA, à medida que o Federal Reserve mantém as taxas de juros mais altas por mais tempo do que a maioria dos economistas havia previsto.
As ações da JPMorgan, que subiram 8,7% este ano até quinta-feira, subiram 0,8% no início das negociações em Nova York. O Wells Fargo avançou 2,4%.