Dos R$ 580 milhões previstos para o órgão em 2023, mais de 90% (cerca de R$ 540 milhões) estão reservados para indicações de deputados e senadores, cenário que força o novo ministro a negociar com o Congresso para garantir recursos para a própria pasta.
Por Redação - de Brasília
O chamado ‘Centrão’ apressou-se em assumir um lugar na Esplanada dos Ministérios, nesta terça-feira, após a nomeação do deputado paraense Celso Sabino, do União Brasil (UB). Ele assumiu a direção do Ministério do Turismo antes mesmo da posse oficial, que deverá ocorrer na semana que vem. A autarquia opera com baixo orçamento e depende de emendas parlamentares para investimentos, mas marca a presença da ultradireita no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dos R$ 580 milhões previstos para o órgão em 2023, mais de 90% (cerca de R$ 540 milhões) estão reservados para indicações de deputados e senadores, cenário que força o novo ministro a negociar com o Congresso para garantir recursos para a própria pasta. O presidente Lula oficializou, na sexta-feira, exonerou a deputada Daniela Carneiro para nomear Sabino no cargo.
Obras
A medida faz parte da tentativa do governo de ampliar o apoio do UB em votações de interesse do governo — o partido tem 59 deputados e 8 senadores. A mudança ocorreu após mais de um mês de discussões. No começo da gestão Lula, Daniela era vista pelo Planalto como um ativo por causa da ligação com o eleitorado da Baixada Fluminense, mas se tornou um problema ao petista após romper com a União Brasil e se tornar alvo do ‘Centrão’.
O ministério visa tornar o setor mais atrativo e estimular a criação de empregos no setor de comércio e serviços; além de promover obras em municípios pelo interior do país, o que reforça o interesse de deputados e senadores em destinar recursos para a pasta. A pasta ainda financia reformas de praças, rodoviárias, capelas e edificações públicas, em todo o país.