Rio de Janeiro, 19 de Março de 2025

Caso preço do petróleo suba, cai por terra tentativa de controlar os preços

As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial" e já controla a região estratégica do Donbass, no leste do país.

Segunda, 04 de Julho de 2022 às 13:45, por: CdB

As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial" e já controla a região estratégica do Donbass, no leste do país.

Por Redação - de São Paulo
As medidas de contenção dos preços dos combustíveis adotadas tanto no Congresso quanto nas esferas estadual e federal tendem a ser reduzidas a zero, nos próximos dias, caso os preços do petróleo Brent subam para "estratosféricos" US$ 380 o barril no "cenário mais extremo" em que a Rússia reduz a produção de petróleo em 5 milhões de barris por dia (bpd) em retaliação a um teto de preço considerado pelos países do Grupo dos Sete (G7), disseram analistas do J.P. Morgan em uma nota desta segunda-feira.
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O preço do barril de petróleo tende a subir, se a Rússia reduzir o fluxo da commodity, no mundo
As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial". "Um teto de preço de US$ 50, US$ 60 por barril provavelmente serviria aos objetivos do G7 de reduzir as receitas do petróleo para a Rússia, garantindo que os barris continuem a fluir", disse o banco.

Exportações

"O risco mais óbvio e provável" é a Rússia não cooperar e retaliar com uma redução das exportações de petróleo, disse, acrescentando que Moscou pode cortar a produção em até 5 milhões de bpd "sem prejudicar excessivamente seu interesse econômico". "Dado o alto nível de estresse no mercado de petróleo, um corte de 3,0 milhões de bpd poderia fazer com que o preço global do Brent saltasse para US$ 190 por barril, enquanto no pior cenário, um corte de 5 milhões de bpd poderia levar o preço do petróleo a estratosféricos US$ 380 o barril", disse o J.P. Morgan, no relatório. O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse na semana passada que as tentativas de limitar o preço do petróleo russo podem levar a um desequilíbrio no mercado e elevar os preços. O JP Morgan também estipulou cenários alternativos nos quais a China e a Índia não cooperam com o G7 no teto de preços, ou a Rússia redireciona totalmente as exportações do oeste para o leste, mas perde poder de precificação.

Privatização

A venda de ativos da estatal petrolífera brasileira, a Petrobras, é outro fator que tende a complicar a tentativa de redução nos preços da gasolina e do óleo diesel. Segundo o economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os sucessivos aumentos dos últimos anos resultam de uma política dos governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL), conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI). — Um dos objetivos do PPI era facilitar a venda das refinarias. Ora, não havia e não há interesse de entes privados em comprar refinaria no Brasil, ter que concorrer com a Petrobras e reduzir o preço. Então, era fundamental para eles que a Petrobras, enquanto não vendesse as refinarias, praticasse a paridade — afirmou o economista. Essa paridade praticada pelo governo consiste no fato de que, embora o petróleo seja extraído e refinado no Brasil, as refinarias cobram aos brasileiros o preço da importação dos derivados, que varia conforme a cotação internacional do barril de petróleo e do dólar.
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