Caso preço do petróleo suba, cai por terra tentativa de controlar os preços
As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial" e já controla a região estratégica do Donbass, no leste do país.
As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial" e já controla a região estratégica do Donbass, no leste do país.
Por Redação - de São Paulo
As medidas de contenção dos preços dos combustíveis adotadas tanto no Congresso quanto nas esferas estadual e federal tendem a ser reduzidas a zero, nos próximos dias, caso os preços do petróleo Brent subam para "estratosféricos" US$ 380 o barril no "cenário mais extremo" em que a Rússia reduz a produção de petróleo em 5 milhões de barris por dia (bpd) em retaliação a um teto de preço considerado pelos países do Grupo dos Sete (G7), disseram analistas do J.P. Morgan em uma nota desta segunda-feira.
O preço do barril de petróleo tende a subir, se a Rússia reduzir o fluxo da commodity, no mundo
As potências econômicas do G7 concordaram na semana passada em explorar a proibição ao petróleo russo que for vendido acima de um determinado preço, com o objetivo de limitar a capacidade de Moscou de financiar sua invasão da Ucrânia, a qual Moscou descreve como uma "operação especial".
"Um teto de preço de US$ 50, US$ 60 por barril provavelmente serviria aos objetivos do G7 de reduzir as receitas do petróleo para a Rússia, garantindo que os barris continuem a fluir", disse o banco.
Exportações
"O risco mais óbvio e provável" é a Rússia não cooperar e retaliar com uma redução das exportações de petróleo, disse, acrescentando que Moscou pode cortar a produção em até 5 milhões de bpd "sem prejudicar excessivamente seu interesse econômico".
"Dado o alto nível de estresse no mercado de petróleo, um corte de 3,0 milhões de bpd poderia fazer com que o preço global do Brent saltasse para US$ 190 por barril, enquanto no pior cenário, um corte de 5 milhões de bpd poderia levar o preço do petróleo a estratosféricos US$ 380 o barril", disse o J.P. Morgan, no relatório.
O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse na semana passada que as tentativas de limitar o preço do petróleo russo podem levar a um desequilíbrio no mercado e elevar os preços. O JP Morgan também estipulou cenários alternativos nos quais a China e a Índia não cooperam com o G7 no teto de preços, ou a Rússia redireciona totalmente as exportações do oeste para o leste, mas perde poder de precificação.
Privatização
A venda de ativos da estatal petrolífera brasileira, a Petrobras, é outro fator que tende a complicar a tentativa de redução nos preços da gasolina e do óleo diesel. Segundo o economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os sucessivos aumentos dos últimos anos resultam de uma política dos governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL), conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI).
— Um dos objetivos do PPI era facilitar a venda das refinarias. Ora, não havia e não há interesse de entes privados em comprar refinaria no Brasil, ter que concorrer com a Petrobras e reduzir o preço. Então, era fundamental para eles que a Petrobras, enquanto não vendesse as refinarias, praticasse a paridade — afirmou o economista.
Essa paridade praticada pelo governo consiste no fato de que, embora o petróleo seja extraído e refinado no Brasil, as refinarias cobram aos brasileiros o preço da importação dos derivados, que varia conforme a cotação internacional do barril de petróleo e do dólar.