Diante de uma platéia de banqueiros e investidores no Conselho das Américas, Meirelles afirmou que o maior desafio da economia brasileira agora é a continuidade de investimentos em infra-estrutura.
- Desde o último trimestre de 2003, a demanda interna brasileira tem crescido continuamente. De julho de 2003 a julho de 2004, a produção industrial brasileira cresceu 9,6%, enquanto as vendas no varejo aumentaram mais de 10% - disse Meirelles.
- Esta é a mais robusta recuperação econômica da história recente do país - acrescentou o presidente do Banco Central.
Apagão
Para evitar gargalos na economia brasileira, como o apagão de 2001, Meirelles disse que o governo trabalha na revisão de regras regulatórias em setores como o de energia e negocia com o Congresso Nacional a adoção de parcerias público-privadas.
Em relação aos indicadores macroeconômicos, o presidente do Banco Central disse que o Brasil se prepara para um aperto moderado da política monetária por parte de países desenvolvidos.
- Mas eu gostaria de salientar que esta é uma instância monetária bastante diferente da reação imediata que o nosso país teve em mostrar em relação a choques. Este não é o caso agora - afirmou Meirelles.
Perguntado sobre a possibilidade de um aumento na taxa básica de juros de 0,25 ponto percentual em outubro, esperada pelo mercado financeiro, Meirelles se recusou a comentar o assunto.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne nos próximos dias 19 e 20, em Brasília, para decidir se mantém a taxa Selic, que atualmente é de 16,25% ao ano.
Meirelles também não quis comentar a possibilidade de o Brasil realizar alguma captação externa para aproveitar as condições favoráveis da taxa de câmbio. Na segunda-feira, o dólar fechou a R$ 2,82.