A prefeitura de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, vai antecipar feriados e restringir diversas atividades na semana que vem, de 22 a 28 de março. A medida, segundo o governo local, é para “tentar frear o avanço da covid-19 e, consequentemente, reduzir o número de internações e óbitos provocados pela doença no município”.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A prefeitura de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, vai antecipar feriados e restringir diversas atividades na semana que vem, de 22 a 28 de março. A medida, segundo o governo local, é para “tentar frear o avanço da covid-19 e, consequentemente, reduzir o número de internações e óbitos provocados pela doença no município”.
A capital já tem hospitais lotados e fila de espera para leitos de terapia intensiva (UTI). A ocupação de leitos de UTI no sistema público está em 105% na região de Campo Grande. Em todo o Estado, os leitos públicos de UTI adulto também estão sobrecarregados, em 103%, e na rede privada em 96%.
Para compensar as restrições ao comércio em Campo Grande, serão antecipados os feriados municipais de 13 de junho (dia do padroeiro Santo Antônio) e de 26 de agosto (aniversário da cidade) dos anos de 2021 e 2022 para os próximos dias 22, 23, 24 e 25 de março. A medida foi aprovada pela Câmara Municipal de Campo Grande.
O decreto com as restrições e a relação das 36 atividades e serviços permitidos foi publicado na sexta-feira no Diário Oficial do município. Os locais que poderão funcionar deverão respeitar as regras de biossegurança, o limite máximo de lotação de 40% da capacidade total permitida e ainda o toque de recolher vigente, que vai das 20h às 5h.
Entre as medidas do decreto, está permitido o atendimento em padarias, mas sem consumo no local, e em restaurantes e lanchonetes nos sistemas drive-thru, delivery e pegue e leve. Nos condomínios, áreas de uso comum estão limitadas e devem ser interditadas as piscinas, saunas, quadras de esportes coletivos, salões de festa e academias de ginástica.
Templos e igrejas estão liberados, assim como serviços postais, de hotelaria e cartórios. Ainda fica autorizado o funcionamento da área de assistência à saúde, como serviços médicos e fisioterapêuticos, mas os odontológicos apenas para urgência e emergência.
Também não haverá atendimento presencial nos órgãos da prefeitura, apenas remoto. Mas os setores responsáveis pela fiscalização, limpeza pública, saúde, assistência social, guarda e vigilância Patrimonial poderão ter seu funcionamento normal, a critério do secretário responsável pela pasta.
Durante o período de restrição, o transporte público coletivo funcionará com escala proporcional às atividades liberadas, e horário de funcionamento limitado.
Neste fim de semana, dias 20 e 21, valem as regras adotadas pelo governo do Estado, com comércio aberto até as 16h, inclusive shoppings.
Na semana que vem, entre os dias 22 a 26, os órgão públicos estaduais também vão suspender o atendimento presencial em Campo Grande, em razão do decreto municipal. A medida não se aplica aos serviços públicos de saúde, segurança pública, assistência social nas residências inclusivas e nas casas-abrigo, infraestrutura e fiscalizações tributária, sanitária, ambiental e meteorológica.
Isolamento eficiente
Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, o quadro é “extremamente preocupante, em decorrência da pressão exponencial de novos casos e o risco de esgotamento do sistema de saúde”. A avaliação das autoridades é que o Mato Grosso do Sul apresenta uma das piores médias de isolamento social desde o começo da pandemia e o apelo é para que a população respeite as restrições, para que seja feito um isolamento social realmente eficiente, o que evitaria um lockdown.
Com aumento de casos e mortes por covid-19, a classificação dos municípios sul-matogrossenses no programa de monitoramento da doença também piorou em relação a última atualização feita no final de fevereiro. Agora, são 44 municípios na bandeira vermelha e um na cinza, que é Campo Grande, quando a avaliação é de risco extremo de contaminação.
A classificação vai de verde a cinza. Segundo o levantamento do governo, 29 regrediram de bandeira, ficando em situação pior e 11 melhoraram em relação ao cenário anterior.
De acordo com o último boletim, divulgado hoje (20) pela Secretaria de Saúde do Estado, Mato Grosso do Sul tem 201.125 casos confirmados da doença, aumento de 1.108 em relação ao boletim de sexta-feira. Só em Campo Grande, foram 324 novos casos, de um total de 80.974. Também foi registrado um total de 3.799 óbitos no Estado, sendo 24 nas últimas 24 horas.