O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que solicitou o evento, disse que a sessão foi um "tributo à resistência contra a ditadura de 1964 por meio da história imprescindível de luta de Carlos Marighella", e também uma homenagem à cultura e ao cinema nacionais. Após a exibição do filme, houve um debate público.
14h09 - de Brasília
A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados exibiu, para convidados nesta quarta-feira no auditório Nereu Ramos, o filme Marighella, dirigido por Wagner Moura. Após a sessão, teve início uma audiência, aí aberta ao público, para debater o longa-metragem. Participaram da homenagem a atriz e neta de Carlos Marighella, Maria Fernandes Marighella, e o ator Luiz Carlos Vasconcelos Costa.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que solicitou o evento, disse que a sessão foi um "tributo à resistência contra a ditadura de 1964 por meio da história imprescindível de luta de Carlos Marighella", e também uma homenagem à cultura e ao cinema nacionais.
Braga lembrou ainda que, no dia 4 de novembro, completaram-se 52 anos do assassinato do jornalista, revolucionário comunista e ex-deputado federal Carlos Marighella, por militares ligados ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
— Em que pese a relevância (da obra) para a cultura e a memória nacional de combate à ditadura empresarial-militar instaurada nos anos 1960 no Brasil, o filme, produzido ainda em 2019, sofreu obstáculos para sua exibição no país, tendo a sua estreia adiada por duas vezes diante de diligências da Agência Nacional do Cinema (Ancine) — afirmou o parlamentar.
Luta armada
Apesar disso, completou Glauber Braga, o longa-metragem foi reconhecido em importantes mostras internacionais – tendo estreado sob aplausos no Festival de Berlim – e já é a produção nacional mais assistida do ano.
O filme conta a história de Carlos Marighella, político, escritor e guerrilheiro. Ele fez parte do Partido Comunista Brasileiro (PCB), pelo qual exerceu mandato como deputado federal, mas do qual também foi expulso por divergências ideológicas. Fundou a Aliança Libertadora Nacional (ALN). O grupo foi um dos principais da luta armada contra a ditadura.
Em 4 de novembro de 1969, Marighella foi morto num atentado por agentes do regime militar em São Paulo. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, ele morreu com um tiro à queima roupa dentro de uma viatura da polícia, após perseguição dentro de um cinema.
O filme começou a ser rodado no final de 2017 e foi lançado em 2019 no Festival de Cinema de Berlim.