Novo prazo é aprovado por governo britânico e pode ser revisto pela União Europeia em junho. Se permanecer no bloco depois de 22 de maio, Reino Unido deve participar das eleições parlamentares europeias.
Por Redação, com ABr e DW - de Londres
A União Europeia (UE) e o Reino Unido concordaram com mais um adiamento da saída do país do bloco europeu (o Brexit), que agora deverá ocorrer em 31 de outubro. Líderes da UE concordaram com a a medida, após cinco horas de negociações em Bruxelas na quarta-feira, evitando, por hora, um Brexit sem acordo. A cúpula da União Europeia se reuniu para debater o pedido da premiê britânica, Theresa May, visando ao adiamento da data de saída do país, desta sexta-feira para o dia 30 de junho. A data já havia sido adiada em relação ao prazo inicial de 29 de março. Muitos líderes apoiaram a proposta do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de uma prorrogação flexível de até um ano. Entretanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu veementemente em uma extensão mais curta. Sob o acordo, a retirada pode ocorrer antes do prazo se o Parlamento britânico ratificar os termos do Brexit acertados por May com a União Europeia. Tusk disse a jornalistas, após a cúpula, que a mudança de data é suficiente para que se encontre a melhor solução, e pediu que o Reino Unido não desperdice esse tempo. Entretanto, a extensão certamente vai provocar reações negativas dos apoiadores de linha dura do Brexit no Parlamento. A proposta também foi aceita pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Inicialmente, a líder do Partido Conservador propôs ao bloco europeu uma prorrogação do prazo até o dia 30 de junho. – Os 27 países-membros da UE concordaram com a extensão do artigo 50. Agora, me reunirei com a primeira-ministra Theresa May para o acordo com o governo britânico – escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em mensagem no Twitter. Se Londres permanecer no bloco até depois de 22 de maio, o Reino Unido precisará participar das eleições para o Parlamento europeu. A reunião entre os líderes europeus durou várias horas devido às divergências entre os países. Tusk defendia um prazo mais longo para o Brexit, de até um ano, que autorizasse o Reino Unido a deixar a UE assim que o país estiver pronto para sair do bloco. O presidente da França, Emmanuel Macron, foi a voz mais forte contra o adiamento do Brexit, mas apoiou a proposta com a condição de que o prazo seja revisto na cúpula da União Europeia marcada para 21 de junho. Para concordar com a prorrogação, a França exigiu que Londres não interfira em assuntos do bloco durante esse período. A maioria dos 27 líderes europeus, incluindo a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, foi a favor do adiamento do Brexit por um ano. A extensão do prazo é flexível, o que significa que o Reino Unido pode deixar o bloco antes da data limite assim que ratificar o acordo negociado com a União Europeia. Sem o adiamento, o Reino Unido deveria deixar a União Europeia sem um acordo na meia-noite de sexta-feira. Na semana passada, May formalizou um segundo pedido de adiamento da data do Brexit, novamente até 30 de junho. A premiê já havia solicitado a mesma data no mês passado, mas o pedido fora então rejeitado pelos líderes dos demais países-membros. Em vez disso, eles ofereceram o dia 22 de maio caso o acordo para um Brexit ordenado, acertado entre Bruxelas e Londres, fosse aprovado pelo Parlamento britânico, ou 12 de abril se não houver acordo. Até o momento, o Parlamento já rejeitou o acordo três vezes.