O chanceler brasileiro, Carlos França, afirmou que discutirá o tema com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, em reunião agendada para o fim da tarde desta sexta-feira e deixou antever que o país poderá mudar sua posição.
Por Redação- de Brasília
Após os Estados Unidos anunciarem, na véspera, que passarão a apoiar a quebra de patentes de vacinas contra covid-19, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, ao participar de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado nesta quinta-feita, afirmou que o país poderá também apoiar a suspensão de patentes na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O chanceler afirmou que discutirá o tema com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, em reunião agendada para o fim da tarde desta sexta-feira.
— Nada impede que a posição que o Executivo (o governo brasileiro) tem hoje seja atualizada amanhã, se nessa atualização estiverem refletidos os mais legítimos interesses do Brasil — disse França.
A União Europeia nesta quinta-feira também se manifestou favoravelmente ao debate sobre a quebra de patentes.
Lobby
Ainda nesta quarta, países-membros da OMC tiveram nova rodada de discussões sobre suspensões a direitos de propriedade intelectual. Índia e África do Sul, que propuseram o modelo de suspensão, estão trabalhando em um novo plano que deve ser discutido nas próximas semanas.
— A gente sempre defendeu essa proposta, por entender que estamos em um tempo e uma circunstância inusitada e que para tanto medidas inusitadas precisam ser tomadas, para a gente fazer esse enfrentamento. O Senado, de uma forma altiva, saiu na frente — disse o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), relator do projeto de lei aprovado na Casa, que prevê suspensão de patentes de vacinas e de medicamentos.
O projeto de lei está agora na Câmara, onde há resistências por parte do presidente, deputado Arthur Lira (PP-AL). O governo federal também faz lobby para que Lira barre o projeto.